sábado, 25 de abril de 2009

A HORDA DOS CHACAIS


José Wilson Malheiros / jwmalheiros@hotmail.com
Jornal "O Impacto"

Recentemente as televisões de todo o país mostraram os fatos deprimentes acontecidos na capital do Pará, quando em matilha, adolescentes predadores atacavam sem dó nem piedade os traseuntes, os motoristas que passavam por uma das movimentadas avenidas de Belém.É deprimente constatar que essas pessoas ainda na idade da formação do caráter sejam lançadas na rua como verdadeiros chacais em cima da carniça, ou seja, sobre nós os cidadãos que pagamos nossos caros impostos.É muito fácil acusar este ou aquele governo pelo que está acontecendo.Mas eu não penso assim. Somos todos nós, culpados.A sociedade, principalmente sua classe dirigente trata com verdadeiro desprezo essas pessoas que não nasceram com sorte.Até mesmo nas classes consideradas mais abastadas, mais esclarecidas já estamos acostumados a ver a droga se alastrando, a falta de respeito por pais, irmãos, professores, colegas.Hoje em dia parece que todo mundo quer resolver tudo na porrada.As televisões não se cansam de passar programas violentos para satisfazer o instinto até certo ponto assassino que se alastra na sociedade de hoje.Esses chacais não são vilões, não senhor. São, antes de tudo. vítimas do sistema perverso da divisão de classes que ainda vemos no Brasil.E já que estamos em época de novela indiana, são párias, são intocáveis que foram paridos no mundo e nunca receberam orientação sobre aquilo que todos nós acreditamos serem os melhores valores.Educação cristã, educação cívica, educação escolar, jamais passou na vida desses pobres chacais.Quando falo em chacais não é por preconceito. É que a metáfora se encaixa muito bem nesses nossos irmãos infelizes.A Santarém de hoje não é mais a pacata cidade da época em que eu, Luis Otávio Campos, Machadinho, Armando Soares, Expedito Toscano e tantos outros, fazíamos serenata à luz da lua. Agora, quem se aventurar a sonhar e a cantar no luar, certamente corre o risco de ser caçado pelos chacais, filhos da miséria, da desorientação familiar e do abandono.Até quantas gerações para frente sofreremos esse estado de coisas que, ao que parece, nesta geração atual e na geração dos filhos deles jamais acontecerá a solução.Meditemos. E que os nossos homens públicos façam vir o exemplo de cima.Educação e comida neles!E que saiamos do comodismo da nossa poltrona onde muitas vezes sentamos com um copo de uísque a lamentar os “marginais”.Pensem nisso, amigos!