quarta-feira, 8 de julho de 2009

MAIS UMA VEZ, ADEUS VERA PAZ !.

Por: Eduardo Fonseca

Não custa nada reavivar a memória de alguns.
Dos grandes atletas do nosso futebol, no século passado, tiveram suas iniciação ao esporte bretão nas praias da I.B>Sabbá, (prainha), até a Vera Paz, maracangalha, ao seja, campinhos em toda a extensão da frente praiana de ex-Pérola do Tapajós.
Jeremias, Pedro Olaia, Cristóvão Sena, Helvécio, Edson Pepeu, Ataualpa,Tracajá, Inacinho, Acari, Piraca, Mazinho,Surdão, Pedrinho Moreira, só para citar apenas alguns que se juntaram aos que vinham de outras cidades ou vila como a antiga Vila de Belterra,: Cuca, Bimba, Caverinha, Sebinho, Beto, Bimbau, Zequinha, Chico Belterra; Edvar, Selégio (Arapixuna), Afonso e Tovica; Zizinho, Aleixo, Ageu Sabiá (Monte Alegre), Cabecinha, Guimarães, Chico Bóia, Bigorrilho, (Alenquer), Pincha (Óbidos), Pão Doce (Oriximiná), Tomé Guimarães, René, Haroldo, Gavião (Bom Jardim), Zé Lima (Mojuí dos Campos) e Tostão (Vera Paz).
Lamentavelmente, na década de 70, com o milagre brasileiro e o governos dos militares, aqui em Santarém, os interventores, resolveram aterrar parte das praias , do Trapiche até a Vera Paz, criando a Av. Tapajós. O povo oprimido, não pode contestar, nem se manifestar.
Mais tarde, o primeiro prefeito eleito, após Santarém deixar de ser município da área de Segurança Nacional, resolveu fazer uma quadra de esporte e um bar, na parte do início da av. Adriano Pimentel, na direção ao museu de Santarém, antiga Prefeitura Municipal. O que tem isso a ver?
Tivemos aí o sepultamento das nossas praias, e os nossos campinho, onde a molecada tinha seus primeiros contatos com o “balão de Couro”, Tecejuta, Trapichão, Mercado, Curro velho, Curro novo, Coroa de areia e Vera Paz eram as denominações de alguns dos campos nas praias de Santarém.
Com o crescimento e, principalmente, com a expansão urbana e imobiliária, foram matando os campinhos: : Eduardo Campos, Batista, Campo do Palestra, ao lado da igreja de nossa Senhora das Graças, o poeirinha, após a caixa d’água da Borges Leal, o da praça são Sebastião, o do Veterano virou Mercadão 2000, o do Morango virou campus a UFPa.
Com muita luta, estão mantendo o campo do DER, do Canarinho e do América, pois o do Mangueirão, virou conjunto habitacional, no bairro do caranazal, o antigo do Fluminense virou UEPA, o mais recente deu lugar ao Barbalhão, do Norte, está pela metade, pois invadiram uma parte, pela Curua-una.
A dicocese vendeu o Elinaldo Barbosa para virar ponto de encontro para prática de sexo e uso de droga, em pleno centro da Cidade.
Os moradores da interventoria já estão sofrendo na pele o prenuncio do extermínio do campos do Velosão e Airton Sena, para um projeto de uma faculdade privada, no antigo terreno do BEC na Turiano Meira. No rodo do projeto vão - se mais dois campinhos.
E agora é a vez dos campos da Vera Paz. Hoje o terreno pertencente a Companhia das Docas, que muitos anos foram usados pelos moradores do bairro do Laguinho, Mapiri, Salé, Maracangalha, e até mesmo, por moradores do bairro de Fátima. Ali foram realizados os tradicionais campeonatos da VERA PAZ, surgindo jogadores, como TOSTÃO e ZERINO, recentemente falecidos, e muito honraram as camisas dos times que jogaram.
Os moradores, desportistas, usuários e zeladores dos campos, impediram que estes fossem objetos de invasão, como outros foram, como a área do Barbalhão, que não tem mais a sua área, total que ia desde a rua Frei Vicente. Hoje Até conjunto habitacional, já se tem ali.
Estes campos da Vera Paz darão lugar a estacionamento para carretas e container’s, para o crescimento do cais do porto de Santarém, razão por que vão acabar com os campos de futebol.
A CDP alegando está fazendo quase que um favor em devolver para o município, o que era dele, a área que alaga para fazer mais um bosque – (já que temos um que chamam de Park – com K ( como se tivessem vergonha do idioma pátrio). eu um favor
Agora é hora daquele pessoal que subiu na rampa, invadiu o prédio da CARGILL , por causa do EIA RIMA, arregaçar e colocar as mangas de fora e defender, não só os campos de futebol, mas também, o sítio arqueológico e assim evitar que se acabe com mais um patrimônio histórico, como fizeram com o teatro vitória, com o castelo, a igreja de São Sebastião.
Ao que me parece é deixar mais abandonada a juventude ociosa, por leis que o impede de trabalhar, mais cedo, e o estado não lhe oferece condições para evitar de se entregar na marginalidade.

(08.07.09- edutupai@bol.com.br- Um santareno)