FAÇA A SUA DOAÇÃO

A sua contribuição pode fazer a diferença! COMO AJUDAR a fortalece nosso trabalho, COLABORE COM O BLOG DO COLARES - pix (93) 99141-2701.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Copenhague não salvou o mundo. E agora?


COPENHAGUE – A Conferência do Clima, em Copenhague, acabou. Não oficialmente. Mas os principais chefes de estado já estão voltando para casa, como o presidente Lula e o presidente Obama. Deixam para trás um rascunho de uma declaração política que estabelece as bases para a continuidade da negociação no ano que vem. Não é um tratado definitivo para salvar o clima. Nem é um documento onde os países desenvolvidos assumem metas numéricas de reduções nas emissões entre 2012, quando vence o Protocolo de Quioto, e 2020, o primeiro período de revisão. Mas pode ser um mandato para as negociações seguirem no ano que vem, com os Estados Unidos dentro. Se for isso, é uma vitória. Mas o desfecho aqui ainda não está claro. O documento pode ser rejeitado na plenária (foto acima), deixando um vácuo no fim da conferência.

O documento prevê a criação de um fundo para ajudar os países em desenvolvimentos. Ele receberia US$ 30 milhões entre 2010 e 2012, com prioridade para países mais necessitados, como os da África ou pequenas ilhas. Os participantes da COP também se comprometeriam a ajudar a levantar mais US$ 100 bilhões por ano até 2020.
O texto não estabelece metas para os países desenvolvidos. Mas assume como referência a visão científica de que é preciso limitar o aquecimento global a 2 graus celsius. Esse era um ponto que vinha sendo alvo de bastante disputa. As metas apresentadas até agora nas mesas de negociação, segundo avaliações de climatologistas, significariam um aumento maior do que os 2 graus. O que colocaria a humanidade no caminho de desastres descritos como ficção-científica. Ao assumir o limite dos 2 graus no texto, os negociadores abrem o caminho para que, a partir daí, se calculem as metas.
O maior ganho da negociação, se o documento for aceito na reunião plenária da COP, em algum momento desta madrugada, terá sido a inclusão dos Estados Unidos ao processo. Nenhum acordo tem chance de sucesso sem a adesão do país mais rico e mais poluidor do planeta. Os EUA, que não aderiram ao Protocolo de Quioto, em 1997, vinham se recusando a assumir qualquer compromisso. Na COP de 2007, em Bali, a solução foi criar um caminho de negociação paralelo, que previa um segundo acordo, para substituir o Protocolo de Quioto. Seria a Ação Cooperativa de Longo Prazo (LCA na sigla em inglês), um tratado que já nasceria com os EUA. A expectativa é que o LCA entre em vigor em 2012, substituindo Quioto. ( Jornalista Tony Reis - direto para o blog)

Da redação: É difícil imaginar que um evento tão esperado acabe sem documento final nenhum.