PT mineiro ignora apelo de Lula, faz prévias e atrapalha palanque de Dilma
Dispostos a adiar ao máximo a definição do candidato da base aliada ao governo de Minas, o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, e o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias, disputaram ontem uma prévia no PT e endureceram o tom contra o PMDB. Patrus criticou a política da "moeda de troca" e Pimentel rejeitou "ultimatos". O novo enfrentamento irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contrariado, Lula mandou avisar os dois de que quer o impasse resolvido até o fim deste mês. Para ele, a "novela" em Minas já começa a atrapalhar a campanha da petista Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.
A prévia foi convocada pelo PT para a escolha do candidato ao Palácio da Liberdade.
Briga de paróquia e comando duplo viram dor de cabeça
Depois de uma temporada de tropeços, o comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) à Presidência tenta acertar o passo, com a criação de fatos políticos, mas ainda não conseguiu se unificar em torno de uma estratégia. O principal problema reside na coordenação política da "maratona" de Dilma, hoje dividida entre o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, e o deputado Antonio Palocci (SP), ex-ministro da Fazenda. A polêmica prévia em Minas, disputada ontem entre Pimentel e o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, é apenas mais um ingrediente para engrossar o caldo petista.
Protesto no Rio defende 'ficha limpa', que pode ir a voto nesta semana Um protesto pela aprovação do projeto "ficha limpa" reuniu 500 pessoas, ontem, na zona sul do Rio. Mais de 1,6 milhão de assinaturas foram coletadas em todo o País pela aprovação da proposta, que barra a candidatura de políticos condenados pela Justiça. O texto está parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Amanhã, porém, será colocado em votação um pedido de urgência ao projeto assinado pelos líderes partidários. Se ele for aprovado, a análise pela CCJ será dispensada e a proposta poderá ser votada em plenário esta semana.
Mandato-tampão vira arma eleitoral Três dos quatro governadores que cumprem mandatos-tampão, depois de substituir os titulares cassados por problemas com a Justiça, são pré-candidatos à reeleição. Todos são do PMDB e trabalham discreta ou publicamente para se eleger, costurando alianças e fazendo promessas e concessões ao eleitorado. São eles: Roseana Sarney, no Maranhão; José Maranhão, na Paraíba; e Carlos Henrique Gaguim, no Tocantins. Rogério Rosso, também do PMDB, empossado no Distrito Federal no último dia dia 19, não deve concorrer à reeleição.
Saída de Ciro põe irmão em saia justa no Ceará Após descarte pelo PSB nacional da pré-candidatura do deputado Ciro Gomes à Presidência, as alianças dominam o debate no Estado. Irmão de Ciro, o governador Cid Gomes, candidato à reeleição, está diante de uma "escolha de Sofia": fechar aliança com o PT, que forçou a saída de Ciro, ou com o velho aliado, mas adversário de Lula, o senador tucano Tasso Jereissati. Tasso acredita que somente no final deste mês haverá uma definição. Na sua avaliação, o impacto causado pela saída de Ciro Gomes da corrida presidencial "foi muito grande" e deixou "um vazio" no Ceará. "A gente tinha de deixar a poeira baixar para conversar agora", diz.