Mentir é preciso
Lula jura que não pretende interferir no governo do seu sucessor:
"Um ex-presidente deve se recolher para algum lugar confortável e tranquilo, e não ficar dando palpite sobre política nacional, deixando seja lá quem for eleito governar o país, cometer erros e acertar, mas deixando eles governarem o País".
Foi a mentirinha contada por Lula em entrevista ao site da revista britânica The Economist, publicada ontem.
Promessa
Lula avisou que pretende trabalhar por reforma política ao deixar o governo:
"Agora eu estou me comprometendo, quando eu não for mais presidente, a começar a convencer o meu próprio partido, porque eu acho que esta é a principal reforma que temos que fazer no Brasil, para que possamos [depois] fazer as demais reformas".
Lula comentou que só uma reforma política poderá gerar "partidos fortes e um Congresso forte, para que quem sente nesta cadeira [de presidente] possa firmar acordos importantes com os partidos políticos e os líderes dos partidos".
Surpresa...
Lula disse acreditar na vitória de sua candidata, Dilma Rousseff, que "surpreenderá o mundo" quando chegar ao poder:
"A Dilma é tão democrática quanto eu, tão socialista quanto eu e tão responsável quanto eu. Talvez por ser mulher ela possa fazer mais, porque precisamos dar mais poder às mulheres na política".
Lula também mentiu que não pensa, no momento, em se candidatar à Presidência em 2014:
"Terei 68 anos. Aos 68, os anos pesam. Se eu eleger a Dilma e ela for boa, ela terá que ser candidata à reeleição."
Reclamação britânica
Em editorial na sua edição desta semana, a Economist diz lamentar a dependência da candidata presidencial do PT, Dilma Rousseff, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O fato de Dilma depender tanto do apadrinhamento de Lula é lamentável, pois o Brasil precisa de um líder forte e independente".
Segundo a Economist, caso seja eleita, Rousseff precisará sair da sombra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "para conseguir a autoridade necessária" ao cargo.