sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Voto obrigatório? E a obrigação dos eleitos?

Por: Milton Corrêa ( Jornalista e assessor da CMS)
A obrigatoriedade constitucional do voto teria que ter a contrapartida dos eleitos. Infelizmente não tem sido assim.
Giovana Barbosa, pós-graduada em Direito Eleitoral e Direito Processual Eleitoral e repórter de Política do Jornal Comunicação, de Curitiba; ressalta que “diante do descaso político, das constantes denúncias e, principalmente, da impunidade que nos agride diariamente, é possível observar um processo de cada vez menos interesse da população por seus eleitos”. 
Precisamos de representação política diante de várias situações que afetam o bem estar comum e a sociedade em que estamos contextualizados. 
Nosso País é entendido como amplamente democrático. Mas nega o direito amplo da escola pública, do acesso à saúde. A segurança dos cidadãos brasileiros não é total; ainda há muitos que são obrigados a votar e passam fome, porque falta trabalho e renda, a exclusão social no Brasil é grande, distanciando classes de pessoas, são poucos com muito e muitos sem nada.
Enquanto cidadãos, nós esperamos dos políticos eleitos, muito trabalho no legislativo e executivo, que possa resgatar a dignidade de milhões de brasileiros, que sonham, mas não podem realizar seus sonhos.
Não queremos mais políticos corruptos, desonestos, que ocupam seus cargos por conta do voto popular para enriquecimento ilícito, praticando atos que envergonham a sociedade formada de pessoas de bem.
Se o voto é obrigatório, a obrigatoriedade dos eleitos tem que ser cobrada pelos eleitores. São estes que dão o mandato aos políticos, que devem ter o zelo pelo interesse coletivo. Infelizmente, enquanto eleitores temos sido lesado nos nossos direitos. 
Muito trabalho, seriedade, honestidade, competência no desempenho da função, sempre pautando o interesse coletivo, é isso que queremos dos políticos eleitos, para que possamos continuar acreditando e confiando neles.
Diante da insatisfação com relação ao descaso com a saúde pública, a educação, a falta de água potável, que em Santarém dura décadas, só nos resta reagir através do voto, negando-o a quem passou pelo poder publico e pelos cargos no legislativo estadual e federal e nada fez para corresponder à expectativa da população, que é de fato quem dá poder ao homem público, que nem sempre merece. 
Além do descaso com a coisa pública, ainda temos que presenciar atos de corrupção que envolve alguns dos quais nós elegemos. E tudo isso nos leva a seguinte pergunta: Afinal, será que ainda não aprendemos a votar? Se faltam políticos sérios, está faltando eleitores comprometidos também com a ética, a moral e os bons princípios.
A eleição de 31 de outubro, para presidente e governador, em seu segundo turno, nos convida a fazer uma profunda reflexão ao digitarmos na urna eletrônica, os números dos candidatos que de alguma formam tenham mostrado esses princípios éticos e morais, de compromisso com a causa pública, do zelo pelo interesse popular e que não estejam preocupados com o enriquecimento ilícito, fruto de falcatruas e malefícios sociais, como se vê hoje. 
Infelizmente não está escrito na testa de nenhum candidato se ele é merecedor ou não do nosso voto. Mas vamos começar a pesquisar a sua história, passado e presente e assim possamos errar menos na hora de votar e não tenhamos que nos arrepender depois, com mais quatro anos de sofrimento, em função do descaso e da corrupção.
Vamos fazer valer o nosso voto, dizendo sim a quem merece e não a quem já está, ou pretende entrar na política por interesse próprio. O voto da reação é necessário, para que tenhamos políticos sérios. Que assim seja.