Para a biodiversidade, o equilíbrio climático e a vida das populações tradicionais, o custo do desmatamento é alto. Mas quem devasta a mata não parece estar muito preocupado com isso. Segundo um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), noticiado pela Folha de S. Paulo, 70% das árvores derrubadas viram lixo.
Após a utilização da parte nobre da madeira – que representa cerca de 30% das toras – as sobras geralmente não são aproveitadas, e acabam descartadas como resíduos. Para os pesquisadores, os motivos do desperdício são claros: tirar madeira na Amazônia é barato e a exploração é pra lá de desorganizada.
Apesar da bagunça, enquanto o desmatamento cai, a extração de madeira continua a todo vapor. De acordo com o novo boletim do Imazon gerado pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), a degradação florestal - resultado de atividades madeireiras e queimadas - subiu nada menos que 200% nos meses de agosto e setembro desse ano em relação ao mesmo período de 2009. E pelo jeito, boa parte dessa porcentagem sequer está sendo aproveitada. Vai mesmo é para a lixeira.