SIM TAPAJÓS - 77 / SIM CARAJÁS 77- CONFIRME OS DOIS
Entramos,
finalmente, na última semana de campanha do plebiscito que vai ouvir a
população paraense se quer ou não dividir o Pará e criar os Estados de
Tapajós e Carajás. No domingo 11, cerca de quatro milhões e oitocentos
mil eleitores paraenses irão às urnas manifestar sua opinião.
Mais do que a criação
dos novos Estados, a população das regiões de Carajás e Tapajós irão às
urnas mostrar que o Pará já está dividido, restando apenas oficializar a
separação.
Sem dúvida nenhuma essa
foi, e será até o seu final, uma luta desigual. Os 17% do território
destinados ao Novo Pará concentra 64 % do eleitorado do Estado, contra
16% do Tapajós e 20% do Carajás. Mais do que dividir, esse plebiscito
têm servido de palanque para que a população das regiões separatistas
apresente aos demais irmãos paraenses o descaso com que os governos
paraenses trataram e tratam essas regiões.
Muito se tem dito que no
Novo Pará também tem pobres e necessitados, e que há, ainda, muito o
que fazer nas áreas da saúde, habitação, saneamento, educação e
segurança.
Concordo com a afirmação!
Ninguém em sã
consciência pensa que Belém e sua região metropolitana é a Suíça
brasileira, nem tampouco que a separação irá resolver imediatamente os
problemas das regiões do Carajás, Tapajós e Novo Pará. O grande problema
está na divisão e aplicação dos repasses às regiões que pretendem se
separar e a falta dele para atender a todos.
A propaganda
plebiscitária nas rádios e TV’s, em minha humilde opinião, serviu apenas
para um lado, o dos que defendem a separação. Carajás e Tapajós
mostraram para o restante do Estado que mais do que nunca estamos
divididos. A propaganda tentou mostrar que a divisão é economicamente
viável e que somente com ela o Pará terá alguma chance de sair do
vermelho e retomar os investimentos em saúde, educação, moradia,
saneamento básico, etc…
Enquanto isso, a
campanha no rádio e TV dos que querem o Pará sem a divisão tentou de
todas as formas desqualificar os estudos dos separatistas que mostram
tal viabilidade e sensibilizar emocionalmente os eleitores, alegando
que com a separação o Pará se tornará um “Parazinho”. Não aproveitou
nenhum dos quarenta programas de cinco minutos cada para mostrar que
realmente o Pará está quebrado financeiramente e quais medidas estariam
sendo tomadas para tirá-lo do vermelho. A propaganda se limitou a
repetir que Não e Não, ninguém divide o Pará, e a mostrar projeto do
governo do Estado taxando a mineração, projeto este similar a outros já
desconstituído pela justiça em outros estados. Não foram apresentadas
propostas para tirar o Pará da liderança do ranking de piores índices
salariais do Brasil nas áreas de segurança pública e educação, do
analfabetismo, da falta de moradia e saneamento básico, da saúde com
alarmantes índices de mortalidade infantil. Não, nada foi proposto.
Querem que o Pará continue grande em tamanho, apenas isso importa.
No domingo, nós que
moramos no Carajás e Tapajós, saberemos se o eleitor paraense
compreendeu que precisamos da ajuda deles para tornar o Pará grande, não
em território, mas em um estado grande em reconhecimento pelas as ações
e capacidade de investimentos governamentais em prol de sua população
mais carente.
A campanha do Não
insiste que o projeto de separação é coisa de meia dúzia de políticos
interesseiros. Chega a ser irritante a forma truculenta e imbecil como
esse tema é tratado. Esquece-se que a grande maioria da população das
regiões separatistas é favorável e apóia a divisão, que esse é um sonho
de dezenas de anos, não nasceu no início do ano. Esquece-se que essa
população é favorável pois vive a realidade de governos ausentes, que só
agora tentam mostrar-se presente com pequenas excursões do governador e
equipe às cidades do interior como Altamira e Marabá, numa tentativa
salutar, porém ineficaz, de mostrar que o sofrimento da população dessas
regiões interessam ao governo, mesmo fora do período eleitoral.
Esta última semana de
campanha plebiscitária deve ser mesmo uma semana judicial. Um governo
ausente, que nos priva de quase tudo, agora entra na justiça para nos
tirar também o direito de expor ideias, mostrar fatos, informar a
população paraense que o melhor para as três regiões é a divisão.
Lamentável!
Na campanha publicitária
liderada pelo deputado federal Zenaldo Coutinho e pelo sem votos
suplente de deputado estadual Celso Sabino, uma única coisa haveremos de
concordar. Com o esdrúxulo e arrogante slogan de que Ninguém divide o
Pará. Sim, não podemos dividir o que já está dividido de fato. Resta-nos
apenas o direito de separar. E esse direito, se Deus quiser, será
conquistado no próximo domingo, para o bem de todos. Para o bem dos
sofridos paraenses, carajaenses e tapajoenses que já não aguentam mais
ouvir promessas de que agora vai melhorar. Para melhorar só há uma única
alternativa. Diga SIM para Tapajós, diga SIM para o Carajás !