segunda-feira, 2 de julho de 2012

Construtora Buriti causa crime ambiental

Empresa se alojou em uma área do Juá

Empresa se alojou na área e máquinas derrubam árvores centenárias - cadê o IBAMA?
“A gente era tachado de invasor, mas éramos simplesmente ocupantes da área”, assim justifica o líder comunitário Marilson Lima. Ele explica o que aconteceu: “Em setembro de 2011, quase duas mil e quinhentas famílias estavam ocupando a área, foi quando houve uma determinação da justiça e foram retiradas”, Marilson Lima lembra que a determinação da justiça que retirou as famílias do local, registrava a área do igarapé do Juá como sendo de preservação ambiental, o que motivou a retirada dos ocupantes.
Mas a lei parece não ter o mesmo efeito para todos; enquanto os ocupantes são retirados da área, com a denúncia de que praticavam crime ambiental, para surpresa de todos, a Construtora Buriti ocupa o local, antes considerado de preservação, para desmatar e anunciar construção de casas populares. “Eles devem ter negociado a área com a família Corrêa”, diz Marilson.
Segundo a moradora da área, Margarete Ferreira, a Construtora Buriti anuncia que vai fazer loteamento da área. Dos 25 mil lotes que vai fazer, 30% serão doados à prefeitura de Santarém. Os ocupantes dizem que vão continuar na área; caso a justiça decida pela desocupação do local, eles querem que também a Construtora sai da área de preservação, no Juá.
Sem documentos: Moradores que foram retirados do local por três vezes e retornaram, apesar da pressão policial e da justiça, garantem que os donos da construtora Buriti não possuem documentos: “Alguém deve ter esquentado documentos, com ajuda de gente grande e conseguiram vender a área para a empresa, que vai lotear e vender para a população santarena, com certeza a preços bem altos”, afirmou Marilson. “Se houvesse uma fiscalização mais séria em Santarém, muitos graúdos estariam atrás das grades”, desabafou o líder comunitário.
Revolta: O fato dos ocupantes serem obrigados a deixar a área, pois seria de preservação, em poucos meses a mesma área ser loteada para construção de casas populares, é um caso que revolta os ex-ocupantes da área: “Nós vamos convocar todos os companheiros para retornar a área, onde com certeza pode acontecer no local o mesmo que ocorreu em Eldorado de Carajás”, avisou Marilson, referindo-se à grande tragédia que aconteceu no Sul do Pará.
Comunidade do Jatobá pede socorro: Os moradores da comunidade Jatobá, localizada na rodovia Fernando Guilhon, em Santarém, fizeram apelo às autoridades competentes, no sentido de pelo menos melhorar o acesso à comunidade. Duzentos metros de acesso à comunidade deveriam ser obstruídos, do contrário, os moradores podem ficar impedidos de deixar suas casas. Quando chove, as pessoas são obrigadas a tirar a roupa no meio do caminho para poder seguir viagem e vestir quando chegam ao destinatário, exemplo do colono Augusto Franco, que tem que ficar de cuecas para poder atravessar o ramal e vestir a roupa, todas às vezes que precisar se dirigir á Santarém. Um caso muito sério.
Por: "Carlos Cruz"