NO BRASIL SALÁRIO DE PROFESSOR É A METADE DO QUE RECEBEM EM OUTROS PAISES
A remuneração
média dos professores brasileiros é equivalente a 51% do valor médio
obtido, em 2012, pelos demais profissionais com nível superior completo.
Há sete anos, esse porcentual era de 44%. Atualmente, o salário médio
do docente da educação básica no País é de R$ 1.874,50. Essa quantia é 3
vezes menor que o valor recebido por profissionais da área de Exatas,
como por exemplo, os engenheiros. Uma das metas previstas no Plano
Nacional de Educação (PNE), que aguarda sanção presidencial,
é equiparar o rendimento médio dos profissionais do magistério das
redes públicas com as outras categorias. Os dados comparativos de
evolução salarial ente os professores e as demais categorias estão
presentes no Relatório de Observação sobre as Desigualdades na
Escolarização do Brasil produzido por um comitê técnico do Conselho de
Desenvolvimento de Econômico e Social (Cdes) da Presidência da
República. O documento foi apresentado a todos os membros do Cdes, entre
eles a presidente Dilma Rousseff, no último dia 5 de junho em Brasília.
O relatório traz dados de indicadores construídos a partir de
informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de dados do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), além de
outras fontes oficiais referentes a data base de 2012. O documento tem o
objetivo de propor ao Conselhão – como é conhecido - ações que deveriam
ser priorizadas na política educacional do País. "A remuneração dos
professores da educação básica tem melhorado, embora lentamente.
Aprofundar e acelerar as mudanças nos nossos indicadores educacionais
depende de esforços integrados de atores e instituições nas três esferas
de governo e em toda a sociedade", afirmam os técnicos do Comitê do
Observatório da Equidade, que elaborou o relatório em nome do Cdes. Para
o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
(CNTE), Heleno Araújo Filho o quadro apresentado pelo Cdes é reflexo de
uma "situação histórica" do Brasil. "O argumento dos gestores para
manter esses baixos salários é que os profissionais de educação
estaduais e municipais são numerosos. Esse argumento de contingente é
sem sentido. Percebe-se que não dá para acreditar no que os políticos
dizem na televisão, quando defendem a melhoria das condições e salários
dos professores.