quarta-feira, 27 de agosto de 2014

ORLANDO PEREIRA: UM CIDADÃO ATUANTE EM PROL DA CRIAÇÃO DO ESTADO DO TAPAJÓS




RELATO DE ORLANDO PEREIRA SOBRE A MILITÂNCIA DO ESTADO DO TAPAJÓS

Iniciei a minha luta pelo Estado do Tapajós em 1989, ainda no Comitê Pro- criação do Estado do Tapajós de forma bastante modesta. Esta luta foi intensificada após a criação da Frente Popular pelo Estado do Tapajós (1993) com a proposta da emenda popular número 12.777/93, ideia esta que o COMITÊ havia rejeitado com medo de não conseguir o número mínimo (15.000) de assinaturas e ainda ser tripudiado pelos adversários da emancipação do Novo Estado. Conseguimos 23 mil assinaturas em pouco mais de 15 dias úteis.

Nós popularizamos o movimento, pois os membros da nova entidade de luta, da FRENTE POPULAR eram representantes de sindicatos e associações comunitárias e de bairros, ou seja, pessoas sem recursos financeiros, mas com muita força de luta. Ou seja, perdemos recursos financeiros, mas ganhamos corpo na luta.

Sentimos as dificuldades da falta do dinheiro ao viajarmos, principalmente para Brasília, onde as despesas eram muitas e altas. Para superar as dificuldades ficávamos em pensões a preços populares e a maioria das vezes jantávamos pastel com caldo de cana. Algumas vezes trabalhei como garçom para poder manter a militância.

Em março de 1.999, o Sem. Mozarildo Cavalcanti-PTB-RR, entrou com o projeto de Consulta Plebiscitária sobre a criação do Estado do Tapajós sob o número PL 19/99, que foi aprovado na gestão da FRENTE POPULAR, em agosto de 2.000 na Comissão de Redação Constituição e Justiça- CCJ (13 a 1) e em dezembro do mesmo ano no plenário do Senado por 75x0. Uma votação expressiva e bastante convincente. Chegou à Câmara Federal ainda em dezembro e recebeu o número PDC 731/2.000.

O plebiscito foi realizado em 2.011. Foi o terceiro realizado em toda história do Brasil. Fomos traído pelo Supremo Tribunal Federal que considerou que ... “a população diretamente interessada”... (texto da CF art. 18 & 3º) fosse a de todo o Pará. Cometemos outro grande erro ao sairmos juntos com o Carajás. No entanto, na nossa região obtivemos 96% de aprovação, ou seja, o povo da nossa região quer o Estado do Tapajós.

Durante muitos anos fizemos uma militância paupérrima muito próxima da mendicância. Foi quando obtivemos o apoio da Câmara Municipal, através do vereador Emir Aguiar, depois Beth Lima e José Maria Tapajós. Mas, a grande revelação foi a adesão do vereador Reginaldo Campos que conseguiu o apoio da Prefeitura, vestiu a camisa e arregaçou as mangas, ou seja, foi para o campo de batalha, procurou aprender acompanhando os militantes mais experientes nas palestras e em viagens, principalmente à Brasília.Passamos a ter mais apoio logístico, propiciando uma melhor militância, melhores acomodações, refeições, etc., etc..Portanto não é exagero afirmar que a militância do Tapajós se divide em dois tempos:

- Antes e depois do REGINALDO.

Orlando Pereira, militante histórico pela criação do Estado do Tapajós

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        Cláudia Furukawa
    Assessora Parlamentar