sábado, 27 de fevereiro de 2016

CPC alerta para novos tipos de drogas circulando na região

Stael Rejane, gerente do CPC em Santarém, afirma que novas drogas são perigosas


Stael Rejane, gerente do CPC em Santarém
Stael Rejane, gerente do CPC em Santarém
No ano de 2015, peritos do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves detectaram duas novas substâncias psicoativas circulando pelo Pará: Nbome e Metilona. “A primeira é um alucinógeno bem parecido com o LSD, que provoca alteração nos sentidos. A Metilona é um comprimido colorido que também deixa a pessoa transtornada”, explica a gerente do laboratório de toxicologia do CPC, Luciana de Melo. Esses entorpecentes estão no montante de um milhão de toneladas de drogas apreendidas pela Polícia paraense no ano passado.
Responsável por periciar todas as drogas apreendidas pelas polícias Civil e Militar, o Laboratório do CPC Renato Chaves, em Belém, recebe com freqüência amostras de entorpecentes para fins de flagrantes, com a emissão de laudos definitivos. A coordenadora do laboratório forense, Izameire Correa, informa que, entre as contraprovas analisadas, a cocaína e a maconha ainda lideram a lista das mais apreendidas.
CIRCULAÇÃO EM SANTARÉM: Em Santarém, de acordo com a gerente da regional do CPC Renato Chaves, Stael Rejane, a incidência ainda são as drogas comuns, como maconha e cocaína. Porém, como na Região Metropolitana de Belém já foram confirmadas a apreensão de Nbome e Metilona, segundo ela, há possibilidades de que esse novo tipo de droga possa circular na região oeste do Pará.
“A incidência ainda é maconha e cocaína, mas devido Santarém ficar entre os dois grandes centros da região, como Belém e Manaus, há possibilidade dessa droga vir a ser constatada aqui, mas as polícias estão aí para combater qualquer tipo de ameaça à população”, disse Dra. Stael. Ela se encontra em período de férias, porém, atendeu a demanda de nossa reportagem através de telefonema.
Com uma equipe multidisciplinar de peritos criminais, com formação em farmácia, bioquímica, biologia e biomedicina, o CPC Renato Chaves funciona às proximidades do Residencial Moaçara, todos os dias, incluindo escalas de plantão de 24 horas. É composto por profissionais de Exames Físicos, Químicos e Biológicos, de Toxicologia e de Instrumental, onde são feitas as perícias de drogas, pesquisas de fluídos biológicos, toxicologias, entre outros exames.
O local tem um dos laboratórios forenses mais modernos da região Norte, com tecnologia e equipamentos de última geração que conferem mais agilidade, segurança e confiança aos laudos produzidos pela instituição.
Ao receber a amostra da substância para perícia, os profissionais emitem um primeiro laudo, provisório, e têm o prazo legal de dez dias para emitir o laudo final, mas as drogas são periciadas em menos de 24 horas e devolvidas às autoridades responsáveis. Nesse momento já é possível informar se o material é ou não entorpecente. Em seguida, o segundo laudo é elaborado, desta vez com o uso de um equipamento de cromatografia gasosa com espectrometria de massa capaz de identificar o grupo funcional da droga.
BALANÇO: Em 2015, o CPC investigou mais de 33 mil casos, 15 mil pelo Instituto de Criminalística e 18 mil pelo Instituto Médico Legal, em todo o Pará. Segundo a Polícia Civil, no ano passado, mais de uma tonelada de drogas foram apreendidas no Estado, resultado de ações de repressão ao tráfico de drogas das polícias Civil e Militar. Somente a Delegacia Especializada e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes apreenderam mais de 700 quilos de maconha e drogas derivadas, como o haxixe; e a cocaína e drogas derivadas, como óxi e crack.
Segundo o secretário adjunto de Gestão Operacional, Hilton Benigno, para este ano foi estabelecida uma meta nacional de reduzir em 5% os índices de crimes como homicídios e tráfico de drogas nos Estados. “No Pará, 80% dos casos de homicídios têm alguma ligação com o tráfico, seja por briga entre gangues ou qualquer outro motivo que tenha ligação com o uso”, declarou.
APREENSÃO DE MACONHA NO PRESÍDIO DE CUCURUNÃ: Em vistoria de rotina realizada na última terça-feira, 23, dentro do centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura (CRASHM), agentes penitenciários e policiais militares apreenderam 36 trouxinhas de maconha e dois aparelhos celulares. Após a apreensão a droga e os aparelhos celulares foram levados para a 16ª Seccional da Polícia Civil.
A Polícia Militar informou que a droga estava dentro de um recipiente que foi encontrado na ala B do pavilhão 1, onde ficam cerca de 90 internos. Um aparelho celular foi achado na cela 2 da ala B do pavilhão 2 e o outro estava na cela 4, que fica na ala B do pavilhão 2. Em cada cela tem cinco detentos. O caso foi registrado na delegacia de Polícia Civil pelo coordenador de segurança penitenciária. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar como o material apreendido entrou na penitenciária e também para identificar os donos.
Nas últimas semanas, outras apreensões de celulares foram realizadas no Presídio de Cucurunã. No dia 14 deste mês, uma mulher, de 24 anos, tentou entrar na Penitenciária com um aparelho celular escondido dentro de um saco de farinha.
Segundo a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), o objeto foi descoberto durante o procedimento de revista realizado por agentes prisionais. A jovem tinha o objetivo de repassar o aparelho para um detento, que cumpre pena na unidade por roubo qualificado.
A mulher foi encaminhada a Seccional da Polícia Civil. Como ela não tinha passagem pela polícia e se tratava de um crime de menor potencial ofensivo, foi registrado somente um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e depois ela foi liberada. A Susipe ainda informou que a jovem teve o cadastro de visitante cancelado.
No dia 10 de janeiro deste ano, uma jovem de 22 anos foi presa, após tentar entrar na Penitenciária com droga escondida nas partes íntimas. Segundo o Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado na Delegacia de Polícia Civil de Santarém, a jovem foi ao presídio para visitar um detento. No momento da revista da visitante, uma agente penitenciária encontrou um tablete de droga prensada, que aparenta ser maconha. O material estava envolvido em papel alumínio, dentro de uma camisinha e escondido no interior da vagina da jovem. A droga foi encaminhada para a perícia. A mulher prestou depoimento na delegacia e depois foi levada para a Penitenciária.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto