sábado, 9 de julho de 2016

Padre: “Garimpos estão contaminando rio Tapajós”

Edilberto Sena revela que por dia saem 700 kg de ouro da região e aqui só fica a destruição


Padre Edilberto Sena mostra preocupação com futuro do rio Tapajós
Padre Edilberto Sena mostra preocupação com futuro do rio Tapajós
Mais uma vez o polêmico Padre Edilberto Sena encaminha ao jornal O Impacto mais uma de suas defesas em favor da preservação do rio Tapajós e das populações ribeirinhas que sofrem com as conseqüências da contaminação feita pelos garimpos, que usam mercúrio e outras substâncias para retirada de ouro, na maioria dos casos de forma ilegal. Em contato com nossa equipe de reportagem, Padre Edilberto fez algumas ressalvas sobre o perigo da exploração do rio Tapajós por garimpeiros: “Nosso País está sustentando sua economia explorando matérias primas, a exemplo de madeiras e o agronegócio, pois a soja que é exportada não paga nem impostos de exportação, por ser um produto primário, e os minérios”, citou o polêmico sacerdote, exemplificando que “nossa região é um El Dourado (paraíso) de minérios”, destacou o padre.
PADRE FAZ ALERTA NACIONAL: Em recente viagem que fez ao Rio de Janeiro, onde participou de um seminário sobre mineração, Padre Edilberto Sena debateu sobre a questão da exploração do ouro no rio Tapajós. No seminário, garimpeiros e estudiosos de minérios, entre eles o Padre Edilberto Sena, deram suas opiniões e fizeram o alerta contra a exploração ilegal.
Neste evento nacional, na Cidade Maravilhosa, foi explicado aos presentes que existem o garimpo artesanal, de barranco; o garimpo de balsa, que é feito através de mergulhadores e; o garimpo de draga, que na opinião do Padre, “é um monstro”. “Dizem que existem cerca de 60 equipamentos deste tipo (dragas) em ação no rio Tapajós. Além disso, existem as grandes empresas estrangeiras que estão explorando com equipamentos modernos o ouro do Tapajós”, disse Edilberto Sena,
Em suas declarações polêmicas, o sacerdote ressaltou que “segundo dizem, saem nos dias de hoje 700 quilos de ouro dos garimpos do Tapajós. Em Itaituba, a população diz que a economia do Município depende dos garimpos. Eu fico pensando: ‘quem vai cuidar do rio Tapajós que está mudando de cor, por conta da lama produzida pelas dragas e pelas balsas, e que tem também contaminado o rio de mercúrio e arsênico? Quem vai proteger esse rio que não pertence apenas à Itaituba? Esse rio também vai para Jacareacanga, comunidades ribeirinhas, para os índios Munduruku, para as cidades de Santarém, Belterra, afinal, para toda a Calha do rio Tapajós, onde essas comunidades da Resex, da Flona, todas dependem do rio Tapajós”, citou o Padre.
“O rio Tapajós está sendo destruído por conta do argumento de que a economia de Itaituba depende dos garimpos do Tapajós e os garimpeiros se prevalecem disso, porém, o que não se pode precisar é quanto de ouro sai de fato, sem deixar lucro para o município de Itaituba”, destacou Edilberto Sena. “Além do que, como o ouro é um produto primário e a Lei Kandir favorece, fica isento do imposto de exportação. Certamente é paga uma pequena quantia em royalties para o Município e outro para as pessoas que extraem o ouro. A verdade é que o ouro está saindo e não volta mais”, alertou Edilberto Sena, um dos maiores defensores de nossas riquezas naturais.
Por: Carlos Cruz