Edilberto Sena revela que por dia saem 700 kg de ouro da região e aqui só fica a destruição
Mais uma vez o polêmico Padre Edilberto
Sena encaminha ao jornal O Impacto mais uma de suas defesas em favor da
preservação do rio Tapajós e das populações ribeirinhas que sofrem com
as conseqüências da contaminação feita pelos garimpos, que usam mercúrio
e outras substâncias para retirada de ouro, na maioria dos casos de
forma ilegal. Em contato com nossa equipe de reportagem, Padre Edilberto
fez algumas ressalvas sobre o perigo da exploração do rio Tapajós por
garimpeiros: “Nosso País está sustentando sua economia explorando
matérias primas, a exemplo de madeiras e o agronegócio, pois a soja que é
exportada não paga nem impostos de exportação, por ser um produto
primário, e os minérios”, citou o polêmico sacerdote, exemplificando que
“nossa região é um El Dourado (paraíso) de minérios”, destacou o padre.
PADRE FAZ ALERTA NACIONAL: Em
recente viagem que fez ao Rio de Janeiro, onde participou de um
seminário sobre mineração, Padre Edilberto Sena debateu sobre a questão
da exploração do ouro no rio Tapajós. No seminário, garimpeiros e
estudiosos de minérios, entre eles o Padre Edilberto Sena, deram suas
opiniões e fizeram o alerta contra a exploração ilegal.
Neste evento nacional, na Cidade
Maravilhosa, foi explicado aos presentes que existem o garimpo
artesanal, de barranco; o garimpo de balsa, que é feito através de
mergulhadores e; o garimpo de draga, que na opinião do Padre, “é um
monstro”. “Dizem que existem cerca de 60 equipamentos deste tipo
(dragas) em ação no rio Tapajós. Além disso, existem as grandes empresas
estrangeiras que estão explorando com equipamentos modernos o ouro do
Tapajós”, disse Edilberto Sena,
Em suas declarações polêmicas, o
sacerdote ressaltou que “segundo dizem, saem nos dias de hoje 700 quilos
de ouro dos garimpos do Tapajós. Em Itaituba, a população diz que a
economia do Município depende dos garimpos. Eu fico pensando: ‘quem vai
cuidar do rio Tapajós que está mudando de cor, por conta da lama
produzida pelas dragas e pelas balsas, e que tem também contaminado o
rio de mercúrio e arsênico? Quem vai proteger esse rio que não pertence
apenas à Itaituba? Esse rio também vai para Jacareacanga, comunidades
ribeirinhas, para os índios Munduruku, para as cidades de Santarém,
Belterra, afinal, para toda a Calha do rio Tapajós, onde essas
comunidades da Resex, da Flona, todas dependem do rio Tapajós”, citou o
Padre.
“O rio Tapajós está sendo destruído por
conta do argumento de que a economia de Itaituba depende dos garimpos do
Tapajós e os garimpeiros se prevalecem disso, porém, o que não se pode
precisar é quanto de ouro sai de fato, sem deixar lucro para o município
de Itaituba”, destacou Edilberto Sena. “Além do que, como o ouro é um
produto primário e a Lei Kandir favorece, fica isento do imposto de
exportação. Certamente é paga uma pequena quantia em royalties para o
Município e outro para as pessoas que extraem o ouro. A verdade é que o
ouro está saindo e não volta mais”, alertou Edilberto Sena, um dos
maiores defensores de nossas riquezas naturais.
Por: Carlos Cruz