Artigo do advogado Ismael Moraes
Escreverei uma séria de artigos para
demonstrar a farsa que o governo Jatene representa à maioria do povo do
Pará, e o paraíso na Terra que é em favor das grandes empresas
transnacionais que, a troco de sustentar campanhas políticas, enriquecem
com nossos recursos naturais, nada pagam de impostos e tem as suas
necessidades sustentadas pelo trabalho dos pequenos e médios
empresários, profissionais liberais e até dos trabalhadores mais
modestos da população.
Este é o primeiro da série, em que faço um breve perfil do personagem central.
Faz parte da mitomania do governo Jatene
– mitologia que ele mesmo insiste em cultivar – atribuir-lhe um perfil
de estadista europeu, dedicado a uma política de sustentabilidade
ambiental voltada ao fim do bem estar-social.
Para fazer todos crerem nessa
pseudologia fantástica, o governo Jatene gasta aos tubos com uma
inacreditável conta de propaganda e marketing como se tivesse
transformado o Pará numa Califórnia (o estado norte-americano mais
rico). Ele faz para si mesmo uma subversão da idéia de Churchill, que na
II Guerra Mundial disse proteger a verdade com um exército de mentiras.
O governo Jatene protege uma mentira matricial com mais e mais
mentiras. Para tanto, distribui benefícios a áulicos e a milhares de
aspones DAS em quantidade quase igual ao de um país europeu (de
verdade!), como a Alemanha, que funciona (de verdade!).
Jatene disse em artigo publicado na sua
página do Facebook: “o povo do Pará sabe como vivi e vivo”. Sabe mesmo,
governador Jatene?
Essa mitomania é necessária para viver a
sua deplorável condição típica de um ditador de algum miserável país
africano (tão de verdade quanto o Pará). Pode-se avaliar o
republicanismo de Simão Jatene pelo fato de empregar no Estado, claro,
sem concurso público, os filhos e o genro com salários mais altos que de
um ministro do Supremo Tribunal Federal; ou ainda de entregar a uma
empresa do filho um contrato com o Governo do Estado para fornecimento
de combustível que rende uma cifra anual tão milionária que seria
escandalosa mesmo em qualquer país rico, mas que é um acintoso tapa na
cara quando comparada ao IDH rés do chão da maioria população.
Pelo que está fazendo ao povo do Pará,
Jatene demonstra não apenas desconhecer como o povo vive como parece
estar pouco se lixando para essa dura realidade, ou a sua compulsão de
transfigurá-la já transpôs para uma dimensão patológica.
O Pará está destroçado em prostituição
infanto-juvenil, desemprego, devastação ambiental causada por corrupção
na SEMAS, desvio de dinheiro público e violência explodindo em
homicídios corriqueiros.
Mas, com tudo isso, quando se olha no
espelho d´água em alguma pescaria, o governador Simão Jatene não vê um
Idi Amim Dada, de Uganda, ou um José Eduardo dos Santos, de Angola: a
mitomania deve fazê-lo enxergar um monumento da social-democracia, como o
ex-presidente norte-americano Jimmy Carter ou ex-primeiro-ministro
alemão Willy Brandt.
Enquanto o governador Simão Jatene
estiver caçando seus Pokemon Go de 2030, falaremos aqui da dura
realidade que é o 171 do seu governo.
RG / O Impacto