Mudança é urgente para 48%
dos varejistas e empresários do ramo de serviços; 39% defendem um modelo
alternativo de reforma previdenciária
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) com empresários de todos os portes revela que
três em cada quatro (76,9%) entrevistados consideram a reforma da
previdência necessária para o país. Somente 15,2% dos empresários dos
segmentos do varejo e serviços disseram que as regras devem ser mantidas
como estão. Apesar da maioria dos empresários consultados considerar a
reforma necessária, nem todos avaliam que as propostas apresentadas até o
momento são as melhores: 39,4% defendem mudanças na legislação com
regras diferentes das que estão em discussão atualmente.
A pesquisa demonstra que a discussão
sobre a reforma da previdência é de conhecimento de boa parte dos
empresários brasileiros. Três em cada quatro (76,3%) empresários
disseram estar acompanhando ou pelo menos já ouviram falar no assunto.
“A economia brasileira vive uma das maiores recessões de sua história
com uma situação fiscal bastante desfavorável. Entre tantos ajustes
necessários para reestabelecer o crescimento sustentável, um dos mais
importantes é a reforma da previdência, que poderá equilibrar o
orçamento público garantindo um futuro de prosperidade para todos os
brasileiros”, diz o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Quase a metade (48,7%) dos empresários
acredita que a reforma da previdência deve ser urgente. Dentre os
motivos para que as alterações sejam feitas de maneira rápida, o mais
citado é o alto déficit na previdência (44,8%), seguido daqueles que
acreditam que o sistema é injusto e deve ser resolvido o quanto antes
(37%). Considerando os 37,8% de entrevistados que defendem o adiamento
de uma decisão, o motivo mais mencionado é a necessidade de se pensar a
reforma de maneira mais profunda (76,5%).
Em linhas gerais, a proposta em
discussão pública fixa uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria a
valer para homens e mulheres, tanto da iniciativa privada quanto do
setor público. Trabalhadores com idade acima de 50 anos seriam
submetidos a um regime de transição. A proposta ainda não foi
formalizada pelo governo e poderá sofrer alterações até que passe pelo
crivo do Congresso. As principais justificativas para a alteração da
regra é o déficit da previdência e a evolução demográfica do país. “No
ano passado, o déficit do INSS foi de R$ 86 bilhões, quadro que se
agrava quando se põe na conta as projeções do IBGE que indicam que a
população acima de 60 anos, hoje estimada em 12% da população total,
poderá representar 30% dos brasileiros em 2030. No ritmo atual, essa
conta ficará insustentável no futuro, sem garantia de que os benefícios
poderão ser pagos integralmente”, explica a economista-chefe do SPC
Brasil, Marcela Kawauti.
Para 34,3% dos empresários consultados,
as novas regras da previdência devem valer para todos, incluindo quem já
contribui ou não para o sistema. Os 65,7% restantes, dividem-se entre
quem defende a ideia de que as regras devem ser alteradas somente para
quem ainda não contribui (35,3%) e os que preferem aumento de impostos,
mantendo as regras atuais (9,5%). Há ainda 17,3% que preferiram não
responder e 3,6% que apresentaram outras alternativas.