O município de
Santarém, oeste do Pará. Para contar parte da história da cidade, o
G1 Santarém
reuniu 10 fotos que mostram alguns lugares e objetos que remetem ou
lembram o lugar. Para a descrição das imagens, o G1 entrevistou a
historiadora Terezinha Amorim.

1. Muiraquitã -
Amuleto
doado pelas índias aos esposos que iam para as guerras, com a
finalidade de que eles obtivessem sucesso na atividade. Outra função
atribuída ao objeto diz que ele era um tipo de distintivo usado nas
tribos tupaius. Quanto mais elevado fosse o grau do membro da sociedade,
era o tipo de muiraquitã que usava. Isso justifica os diferentes
tamanhos e formas que o amuleto apresenta. Uma terceira explicação diz
que o muiraquitã era dado como dote para as índias que iriam se casar.
(Foto: Karla Lima/G1)

2. Cerâmica -
Formada por vasos (de gargalo, de cariátides e utilitários);
muiraquitã; cachimbos e estatuetas, a cerâmica conta a história de
Santarém. O que atualmente se sabe dos antepassados dos santarenos é
registrado na cerâmica e tem valor e importância incontestáveis, sendo o
maior legado deixado pelos índios tupaius. A cerâmica santarena é
conhecida mundialmente. (Foto: Karla Lima/G1)

3. Imagem de Nossa Senhora da Conceição -
Estátua
de roca, estilo espanhol, vestida com tecidos e cabelos provenientes de
doações, é utilizada desde o século 19 e acompanhada pelos fiéis
santarenos no Círio da Conceição. Durante um processo de restauração
para chegar as características originais foi descoberto que a imagem não
tinha olhos azuis como todos pensavam, mas sim negros. A imagem é um
dos maiores símbolos da religiosidade dos católicos santarenos.(Foto:
Andressa Azevedo/G1)

4. Igreja Matriz –
Mesmo
com muitas modificações arquitetônicas ao longo dos anos, a Igreja de
Nossa Senhora da Conceição, conhecida como Matriz, é um dos prédios mais
antigos da cidade. A construção da nova matriz começou em 1761. Além de
ter um valor arquitetônico e histórico para a cidade, o interior do
prédio é rico em arte sacra. (Foto: Karla Lima/G1)

5. Alter do Chão –
Vila
balneária no município Santarém reconhecida em 2009 pelo jornal inglês
The Guardian como a mais bela praia do Brasil. Visitantes de todos os
lugares do Brasil e do mundo movimentam a vila no período da Festa do
Sairé – manifestação folclórica realizada anualmente em setembro que une
rituais religiosos e disputa dos botos Tucuxi e Cor de Rosa. No período
do verão, fica evidente na vila a Ilha do Amor, praia de areia branca e
rio tranquilo. O acesso até o lugar é pela Rodovia Everaldo Martins,
PA-457. Os visitantes também podem chegar à vila de barco pelo Rio
Tapajós, num passeio que dura cerca de 3 horas. (Foto: Luana Leão/G1)

6. Encontro das águas –
Paisagem
natural formada em frente à cidade, onde os rios Tapajós e Amazonas se
tocam, mas não se misturam. Em 2014, foi reconhecido como patrimônio
cultural do Pará. Não há registros sobre como surgiu o fenômeno, mas nem
sempre os rios foram unidos, pois eram separados por um pedaço de
terra, conhecido como Ponta Negra, que fica em frente à cidade. Com o
tempo, o fenômeno das terras caídas - quando a correnteza do rio bate
com força nas margens e destrói o solo, provocando deslizamentos de
terra – fez com que a o rio arrastasse uma parte da Ponta Negra fazendo
os rios se aproximarem. (Foto: Arquivo/STC no Ar)

7. Canhões da Praça do Centenário –
Em
1948, por ocasião do primeiro centenário da elevação de Santarém a
categoria de cidade, foi construída como presente para o bairro da
Aldeia a Praça do Centenário, conhecida também como São Raimundo Nonato.
O local recebeu dois canhões que seriam utilizados na fortaleza do
município, que seria construída onde atualmente é a Praça do Mirante,
mas as obras nunca foram concluídas e consequentemente os canhões nunca
foram instalados. Santarém era um ponto de chegada, de onde saiam
expedições para outros lugares. Para proteger a região contra a chegada
dos povos inimigos a cidade recebeu seis canhões. Durante o processo de
construção percebeu-se que a fortaleza era inviável para os propósitos,
pois os canhões não poderiam alcançar o outro lado. Os canhões ficaram
durante muito tempo abandonados. Além destes dois, outros dois estão no
Campus da Ufopa, e mais dois no Aeroporto da cidade. (Foto: Luana
Leão/G1)

8. Charutinho –
Faz parte da cultura imaterial de Santarém. O Festival do Charutinho é
um evento gastronômico e cultural realizado na comunidade Ponta de
Pedras e atrai centenas de visitantes durante o período. O festival foi
criado para divulgar o que a comunidade faz de melhor além de servir
como fonte de renda. No local, os visitantes podem desfrutar da praia de
Ponta de Pedras. (Foto: Reprodução/ TV Tapajós)

9. Crucifixo de Von Martius –
Uma das poucas imagens que retratam Cristo ainda vivo, o objeto chegou a
Santarém a partir de um fato histórico pouco lembrado na época.
Frederich Von Martius fazia parte de uma expedição francesa que veio à
Amazônia. Por volta de 1820, ele vinha para a região de Santarém e
sofreu um naufrágio. Quando já estava perdendo os bens e preste a perder
a vida, teria invocado Jesus Cristo dizendo que se fosse salvo iria
mandar um crucifixo de bronze. Duas décadas depois, ele cumpriu a
promessa e o objeto foi enviado a Santarém. O crucifixo fica no altar da
Igreja Matriz. (Foto: Karla Lima/G1)

10. Imagem mais antiga da cidade -
Doada
pelo governador do Pará, quando Santarém foi elevada a categoria de
vila. A imagem foi trazida de Portugal. Apesar de muitas pessoas acharem
que se trata de uma peça feita em pedra, a imagem foi fabricada com
madeira, no estilo barroco. Durante muito tempo foi a imagem utilizada
na procissão do Círio. (Foto: Karla Lima/G1)