terça-feira, 10 de outubro de 2017

Kim Jong-Trump e Donald-un: Coreia do Norte e EUA merecem algo menos pior que isto



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Não se passa um dia sem que a imprensa não registre a verborragia de Donald Trump contra a Coreia do Norte e de Kim Jong-un contra os EUA.
Enquanto fica na retórica, ou nos duvidosos arrotos nucleares do líder norte-coreano, que mais parece o patético Dr. Evil daquela trilogia estadunidense Austin Powers, o bate-boca se atura.
O problema é se os lados excederem a dose de álcool, pois embora eu ainda duvide de uma capacidade nuclear factual da Coreia do Norte, está claro que a proximidade de Seul, Tóquio e mesmo Guam, do lançador de Pyongyang, pode desencadear uma reação de Washington muito além da proporcionalidade devida, desestabilizando perigosamente uma região geopoliticamente bem mais grave do que o Médio Oriente.
A obtusidade de Trump não compreende que a retórica adotada reforça o antiamericanismo na Coreia do Norte e turbina a liderança divina da dinastia Kim, que maneja o país com mãos de ferro desde 1948 e que acabou sendo consolidada pelos EUA e pela então União Soviética, quando foi assinado, em 27 de julho de 1953, o Armistício de Panmunjon, que suspendeu a Guerra da Coreia, uma das mais sangrentas da história contemporânea.