quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Governo do Pará cobra solução para oscilações da rede elétrica em Santarém

Atento, o Governo do Pará provocou uma audiência na terça-feira (12), no Ministério de Minas e Energia, em Brasília. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki – acompanhado do senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA) e do deputado federal Joaquim Passarinho (PSD/PA) – reuniu com o secretário-executivo do Ministério, Paulo Pedrosa. Com eles, estavam diretores da Celpa, da Equatorial Energia e o presidente da Associação Comercial de Santarém, José Roberto Branco.
A comitiva paraense cobrou do Ministério a imediata entrada em operação de UTEs (Usinas Termoelétricas) para suprir de forma emergencial a demanda da população local. As usinas funcionariam até a construção e operacionalização de uma segunda rede de transmissão composta por 436 km de linhas e uma subestação de 300 MVA de potência. Trata-se de uma linha exclusiva, garantindo, assim, maior oferta de energia. A linha atual sai de Tucuruí, passa por Altamira, Rurópolis e só depois chega a Santarém. Segundo informações da Celpa, o linhão Tramoeste está em fase de esgotamento há alguns anos.
Em abril deste ano, o Ministério de Minas e Energia realizou um leilão para a construção de um novo linhão que aumentará a oferta de energia em Santarém e nos municípios do oeste do Pará. A Equatorial Energia, uma holding que controla a Cemar, no Maranhão, e a Celpa, no Pará, e tem importante participação no capital da Termoelétrica Geranorte,  arrematou o lote 31 das Linhas de transmissão do Tramoeste. Com o leilão, a previsão é de melhorias para o fornecimento de energia em toda a região oeste e os empreendimentos terão prazo de 36 a 60 meses para entrar em operação.
Mas os problemas são urgentes e a região não pode esperar. A classe empresarial reclama da baixa qualidade da energia na região, dificultando o crescimento econômico e a geração de empregos. De acordo com José Roberto Branco, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), “todos os dias, no período entre 14h e 16h, acontece o ‘afundamento de tensão’, que resulta em frequentes danos a equipamentos no comércio local e também em clínicas de saúde”. Segundo Branco, “empresas já perderam equipamentos caríssimos, como tomógrafos e aparelhos de ar condicionado, por conta dessa falha”. Para o presidente da ACES, “a intervenção do governo do Estado é importante porque o governo tem a força para reunir todos os segmentos interessados na solução desse problema”.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, descartou a entrada imediata em operação das UTEs. Segundo ele, medições feitas anteriormente “demonstraram que não há necessidade urgente desse tipo de ação e que a ligação das UTEs representaria um custo desnecessário”. O senador Flexa Ribeiro contestou, dizendo que “as medições de demanda de energia foram feitas num momento bem anterior, de recuo da economia”. “Hoje a economia da região já esta reaquecida, é outro momento e a população, o comércio e a indústria estão necessitando de mais energia para crescer e desenvolver”.
Para o secretário Adnan Demachki, Santarém vive um momento de desenvolvimento, e “sem energia elétrica esse crescimento tende a estagnar”. “Não podemos voltar aos tempos anteriores ao Tramoeste, com apagões e blecautes, principalmente agora com o Pará gerando ainda mais energia para o Brasil, pois além de Tucuruí, temos a hidrelétrica de Belo Monte”, disse o secretário. “Precisamos de medidas, de soluções urgentes para que um dos maiores e mais importantes municípios paraenses, bem como sua população, não sejam ainda mais penalizados”, defendeu.
O secretário-executivo anunciou que no dia 4 de janeiro, já na primeira reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o problema de Santarém será objeto de pauta, inclusive com a proposta de entrada em operação das UTEs no menor espaço de tempo possível.

Fonte: RG 15/O Impacto e Agência Pará