quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Médicos cubanos sobrevivem vendendo churrasquinhos em Itaituba

Uma equipe do programa Profissão Repórter, da Globo, esteve em Itaituba para entrevistar os médicos.

A história dos médicos cubanos, que vendem churrasquinhos em Itaituba, ganhou o Brasil após ser notícia em vários veículos de comunicação do País. Os médicos cubanos receberam, na noite da última segunda-feira (18), a visita de uma equipe de reportagem do programa Profissão Repórter, da Rede Globo, com a produção de Eliane Scardovelli. A chegada até a venda de churrasquinhos aconteceu por volta das 20h30 e durou aproximadamente uma hora e meia, tempo utilizado para os médicos contarem suas histórias detalhadamente e também para a repórter provar e aprovar o sabor dos espetinhos vendidos.
“Tantas pessoas doentes precisando de um médico e aqui tem dois vendendo espetos”, desabafam médicos que decidiram ficar no Brasil com a promessa de asilo e oportunidade de trabalho.
Profissão Repórter entrevista médicos cubanos de Itaituba
Eliane contou à reportagem, que a equipe saiu da cidade de São Paulo no último sábado (16), foram de dois dias de viagem com escalas em Belém e Altamira para chegar à Itaituba. Sobre quando a reportagem vai ao ar, Eliane não soube informar.
Além da história de Humberto e Miguel, conhecemos um terceiro personagem médico cubano, que não quis ser identificado. Ele está no Brasil há aproximadamente 2 anos e após deixar a profissão de formação, trabalhou como açougueiro em um supermercado de Itaituba.
Um dos médicos sendo entrevistado pelo Profissão Repórter
O médico contou detalhes de quando atuava pelo programa Mais Médicos. Do salário, de aproximadamente 12 mil reais, apenas R$ 2.900,00 era repassado aos profissionais, cerca de 75% era enviado ao governo cubano. Em Cuba, o salário de um médico não passa de 200 reais. Lá um kg de carne custa aproximadamente R$ 50,00. “Mesmo sabendo que éramos roubados pelo governo cubano, a gente se sentia satisfeito, pois o dinheiro dava pra ajudar nossas famílias e se manter no Brasil”, afirma o médico cirurgião que dedicou 12 anos de sua vida aos estudos na área da medicina com faculdade e especializações.
“Apesar de todos os problemas que enfrentamos no Brasil, não pensamos em voltar para Cuba, essa não é uma opção, pretendemos ficar por aqui e aguardar para poder, quem sabe, conseguir fazer o revalida e voltarmos para nossa área”, finaliza o médico
Fonte: RG 15/O Impacto/Blog do Colares