quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Profissionais de saúde enfrentam duas batalhas: o combate à pandemia e a desinformação

Médicos e enfermeiros se preocupam com infodemia de notícias falsas nas mídias sociais e fazem um apelo: “Pensem antes de compartilhar notícias sem identificar a veracidade delas”
Profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus destacam que, neste momento, o mundo enfrenta não só a pandemia da COVID-19, mas também uma batalha contra a desinformação viral e global nas mídias sociais que ameaça vidas em todo o mundo. As informações propagadas em redes sociais, sem embasamento científico, tornaram sua rotina mais dura: além de arcarem com a carga física, psíquica e emocional, seu trabalho vem sendo ameaçado e atrapalhado por familiares ou pacientes que consomem, acreditam e compartilham conteúdos equivocados. Segundo uma pesquisa realizada pelas empresas MindMiners e Avaaz, 70% dos brasileiros buscam informações sobre o novo coronavírus uma ou mais vezes por dia e, apenas 40% consideram redes sociais pouco confiáveis.
A desinformação é um desserviço da sociedade. Nós, da área da saúde, estamos lidando com circunstâncias extremas na linha de frente de hospitais de campanha como se tivéssemos em meio a uma guerra, cuidando de inúmeros doentes em situações delicadas. Essa alta gama de informações não verificadas que vem inundando as mídias sociais, faz com que familiares e pacientes opinem nos processos de tratamento como se fossem os próprios especialistas, muitas vezes exigindo uma prescrição ou um procedimento específico que não são indicados e nem benéficos em determinadas situações. Não trabalhamos com achismos e isso atrapalha o nosso dia a dia porque gastamos uma energia e um tempo que não temos com esse conflito com familiares.