Com acesso gratuito e programação contínua, o espaço amplia a presença do Pará no cenário internacional e simboliza o legado cultural da COP30
As exposições combinam fotografia, som e experiências sensoriais que apresentam múltiplas perspectivas sobre o território amazônico e têm encantado o público desde a abertura, no dia 4 de outubro. "Estava ansiosa para ir e, quando fui, saí com a sensação de que valeu a pena. É uma experiência que a nossa cidade merece", comentou a estudante Renata Garcia, 20 anos, que visitou o museu no último domingo (19).

O espaço funciona no Galpão 4A, um dos cinco restaurados e abertos ao público no Complexo Porto Futuro, que também abriga o Armazém da Gastronomia, o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia e a Caixa Cultural. O complexo faz parte do conjunto de obras estruturantes entregues pelo governo do Pará como legado da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém em novembro. O acesso ao museu é gratuito, com funcionamento de quinta a terça-feira, das 10h às 18h.

O governador Helder Barbalho destaca a importância do espaço como marco cultural e legado da Amazônia. "O Museu das Amazônias é a materialização do protagonismo do Pará. Aqui mostramos ao mundo a força da nossa gente, a riqueza do nosso território e o compromisso do estado com a sustentabilidade e o futuro do planeta. Este é um legado que vai muito além da COP30, um convite para que todos conheçam, valorizem e se inspirem na Amazônia", ressalta.
Para a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, o público expressivo confirma o interesse da sociedade por espaços que unem arte, ciência e reflexão sobre o território. "O Museu das Amazônias é um equipamento que simboliza o protagonismo das Amazônias. Ele acolhe os saberes dos povos da floresta, valoriza a nossa produção cultural e científica e projeta para o mundo a inteligência criativa que nasce deste lugar", afirma.
A maior mostra já realizada de Sebastião Salgado

A exposição "Amazônia", idealizada pela curadora Lélia Wanick Salgado, é apresentada pelo Ministério da Cultura, Zurich Seguros e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio do Fundo Amazônia e produção da Maré Produções. É a maior mostra já realizada da obra de Sebastião Salgado, com mais de 400 imagens, entre fotografias em suspensão, projeções em salas imersivas e retratos de comunidades indígenas.
A mostra em Belém também cumpre um desejo pessoal do fotógrafo, um dos mais celebrados do Brasil e do mundo, que sonhava em apresentar a série na própria Amazônia. Salgado havia confirmado presença na inauguração, mas faleceu antes da abertura. A montagem, então, se tornou uma homenagem à sua trajetória e ao trabalho desenvolvido com Lélia Wanick e o Instituto Terra.
Espaço permanente de arte, ciência e formação

Com acesso gratuito até fevereiro de 2026, o Museu das Amazônias tem recebido um público diverso, formado por moradores de Belém, turistas, estudantes e pesquisadores. O espaço oferece uma programação permanente voltada à arte e à educação ambiental, com curadoria que valoriza os saberes tradicionais e a produção científica da região.
Nos dias 16 e 17 de outubro, o museu realizou o Fórum de Justiça Climática, com o tema "Periferias, florestas e futuros do Sul Global". A iniciativa, em parceria com o Museu das Favelas (SP), marcou o início das atividades de debates e formação do MAZ, reafirmando o espaço também como um polo de reflexão sobre o papel das Amazônias e dos povos do Sul Global diante da crise climática.
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