
Deu no Amazônia
O tabu está mantido. Jogando com uma raça acima do normal e superando a perda de um homem desde os 27 minutos do primeiro tempo, quando o volante Marlon foi expulso, o jovem time do Remo teve força para arrancar um empate heroico diante do arquirrival Paysandu, por 2 a 2, ontem à tarde, no Mangueirão. Com isso, os azulinos ampliaram para oito jogos a série invicta diante do mais tradicional adversário, saíram de campo cantando vitória e fizeram a alegria da torcida que apoiou o time do início ao fim da partida.O primeiro clássico do Paraense 2009 pode não ter sido um primor em técnica, mas sobrou em emoção para os quase 30 mil torcedores que foram ao Mangueirão. O Papão saiu na frente com um gol de Zeziel, aos 36 minutos, e ampliou com Zé Augusto quatro minutos depois. O Remo descontou nos acréscimos com Levy, de pênalti. Na segunda etapa, Ramon, que havia entrado no lugar de Helinho para recompor o meio-campo, aproveitou uma falha da zaga bicolor e marcou o gol de empate.Com o resultado, o Remo continua firme na briga por uma vaga na semifinal do primeiro turno, agora em terceiro lugar, com oito pontos ganhos. Já o Paysandu, apesar de ter saído de campo com um gosto amargo na boca, conseguiu retomar à liderança do turno, agora com 11 pontos, graças à derrota do São Raimundo, sábado, diante do Vila Rica.Com a bola rolando, o Paysandu
começou melhor, com boa aproximação dos meias nos homens da frente e abrindo o jogo pelos lados. Aos quatro minutos, Vélber cobrou falta da entrada da área, Roni desviou para canto esquerdo, mas Adriano estava atento e fez a defesa. Aos sete, Marcelo Maciel respondeu para o Remo. O atacante fez bela jogada pela esquerda, passando a bola entre as pernas de Dadá, mas chutou na rede pelo lado de fora. Aos 15, foi a vez do Paysandu assustar. Rossini, pela direita, cruzou rasante para a área. Desta vez, o goleiro Adriano saiu errado, mas Zeziel também chegou atrasado e não conseguiu empurrar para o gol.O susto acordou o Remo e, inexplicavelmente, deixou o Papão desatento na partida, errando muitos passes. Foi numa bola perdida por Vélber, aos 18, que o time azulino quase marcou. Edinaldo entrou pela esquerda, tabelou com Helinho e bateu para a defesa segura de Rafael Córdova.O Paysandu continuou mais bem postado em campo. Aos 25, Alex Sandro forçou Adriano a praticar grande defesa, espalmando uma bomba à queima-roupa. Dois minutos após este lance, o Remo sofreu o primeiro baque. Marlon colocou a mão na bola em um lance de meio-campo e tomou o segundo cartão amarelo. Com um homem a menos, o time azulino entrou em parafuso. Os bicolores aproveitaram o momento e aumentaram a pressão.O gol era o que faltava para animar o Clássico Rei. Mas ele só viria aos 36, após cruzamento de Aldiva e cabaçada certeira de Zeziel no canto direito de Adriano. Quatro minutos mais tarde, ainda com os remistas desnorteados, Zé Augusto recebeu livre na área e fez 2 a 0.Reação - Briosos, os jogadores do Remo passaram a ganhar o duelo no meio-campo e, na base da pressão, foram buscar o primeiro gol. Aos 45, o zagueiro Luciano cometeu pênalti. Levy foi para a cobrança e, com categoria, acertou o canto esquerdo de Córdova. O gol levantou a torcida azulina e levantou o moral dos azulinos.Para o segundo tempo, com o time mais arrumado na marcação, o Remo passou a apostar todas as suas fichas nos contra-ataques. E foi em um deles, aos oito minutos, que Ramon fez o gol de empate, aproveitando bobeira da zaga bicolor.Mesmo abatido após o gol de empate, o Paysandu seguiu dominando a partida e criando lances de perigo para a defesa remista. Foi a senha para Adriano voltar a aparecer como herói do Leão. Depois de várias defesas importantes, o goleiro teve que encarar Rossini numa cobrança de pênalti, aos 31. O meia bicolor bateu no canto esquerdo, à meia altura, mas Adriano foi lá buscar. No rebote, ele defendeu o chute de Vélber. Na sequência, o Papão cobrou escanteio e o goleiro voltou a defender chutes de Zé Augusto e Aldivan.Daí em diante, só restou ao Remo segurar as investidas bicolores e fazer o tempo passar. Ao final, o empate foi merecido para quem teve mais garra e determinação.