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sexta-feira, 13 de março de 2009

Candidatos reclamam que STF cria 'instabilidade política e jurídica'


Deu no Agência Amazônia

A decisão da ministra Ellen Gracie (foto), do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a eleição suplementar marcada para o dia 5 de abril em Santarém não agradou a dois dos três candidatos habilitado para disputar o pleito. O único que ficou contente com a decisão foi o candidato do governo, Inácio Corrêa (PT). Alexandre Von (PSDB) e Márcio Pinto (PSOL) disseram que a instabilidade política e jurídica ainda ameaça o futuro e o desenvolvimento da cidade.
Na sede do Diretório Municipal do PT, dezenas de militantes comemoraram a decisão do Supremo, soltando fogos de artifícios. Entre os partidários, Inácio Correa, que tinha como vice José Antônio Rocha (PMDB), disse que avalia a decisão como 'uma aproximação' do retorno de Maria do Carmo à Prefeitura de Santarém. Disse ainda que seu partido não queria a eleição e que o lançamento de sua candidatura foi consequência de um processo jurídico.
'A decisão aproximou a volta de Maria do Carmo. Nós, do PT e partidos aliados, não queríamos uma nova eleição. Queríamos que a prefeita (Maria do Carmo) voltasse. Foi isso que o povo escolheu e queremos que seja respeitado Esse momento é um passo importante para o retorno dela', disse Corrêa. Ele acredita que o julgamento deva acontecer nos próximos meses. 'E se Deus quiser uma votação favorável a Maria. O direito do eleitor deve ser respeitado', argumentou.
O candidato do PSOL, Márcio Pinto, manifestou-se contrariado com a decisão do STF. O sentimento que me vem é de revolta', disse a O LIBERAL. Márcio condenou o que chamou de atropelos jurídicos e a demora de uma decisão judicial definitiva. A Justiça, acha ele, está brincando com o eleitor santareno. 'Você participa de um processo dentro dos trâmites legais. Ninguém estava fazendo nada contra a lei, e sim por determinação judicial. A Justiça acaba dando uma demonstração de brincadeira', afirmou.
O psolista afirma que a decisão criou enormes prejuízos financeiros à sua candidatura. 'A gente está numa campanha que tem gastos. Ainda mais o nosso partido, que é bem pequeno. Alugamos comitê e preparamos material de campanha. A gente tem custo. Querendo ou não, gastamos muito. Tem material de gráfica para sair. E mesmo que tenha nova eleição, esse material está perdido porque está com a data de 5 de abril', afirma o candidato.

INDEFINIÇÕES

Márcio Pinto acredita que, mesmo com a eleição suspensa, o cenário político em Santarém ainda está indefinido. 'Não sabemos o que vai acontecer. É isso que pensa o eleitor que vive um momento de indefinição. Eu sou servidor público, mas não sei se volto para o trabalho. São várias orientações que a Justiça vai ter de dar. Na última vez, adiaram as eleições e ficou uma lacuna. Não há nenhuma previsão legal para essas lacunas. É uma situação de instabilidade que a própria justiça acaba criando', finaliza Márcio Pinto.
Nélio Aguiar, candidato a vice-prefeito na coligação 'Santarém Quer Solução', encabeçada por Alexandre Von, tem posição parecida. Segundo ele, a decisão prejudica a cidade, criando uma 'instabilidade política e jurídica'. 'A eleição já mudou de data por duas vezes. Isso aumenta a instabilidade'.
Aguiar avalia que o STF deve acelerar o julgamento do mérito do recurso extraordinário ajuizado pelos advogados da ex-prefeita Maria do Carmo. 'O STF deve acelerar a decisão para não prejudicar ainda mais a cidade', afirmou.