sexta-feira, 16 de julho de 2010

A opinião do professor

Por: Eduardo Fonseca
 FUTEBOL, EX-ALEGRIA DO POVO!
Após a eliminação da seleção brasileira de máster da copa do mundo de 2010, o torcedor brasileiro, mais uma vez, é chamado a pagar a conta. E desta vez muito mais amarga, pois, com a aprovação pelo Senado da República Federativa do Brasil, da PLC 82/09, projeto de Arlindo Ginaglia PT-SP, o torcedor brasileiro acaba mais uma vez de ter reprimido seu direito constitucional de ir e vir, principalmente, ao estádio de futebol, lugar do encontro dos amantes da bola antes chamada de “balão de couro”, pois assim era sua confecção, até chegar a “jabulani”.
Criado há sete anos, o estatuto do torcedor, como outros estatutos, ainda não disse para que veio, pois, pouco, ou quase nada ajudou o futebol. Jogou para cima do torcedor uma responsabilidade que é parte, eram pessoas carentes, onde o ingresso era mais barato. Para ali se dirigiam os mais surrealistas torcedores, figuras folclóricas e alegóricas, gozadores, palhaços de emoções das rodadas, extravasando suas alegrias, emoções e, como dizem hoje, o estresse, basta ter visto as imagens dos jogos de reabertura do brasileirão, nesta quarta-feira e quinta-feira passadas.
Mas hoje, querem com essas modificações, modelar o comportamento dos torcedores, como: Estádios com capacidade para dez mil torcedores (caso do Colosso do Tapajós) devem ter monitoramento de imagens de todo o público presente, inclusive nas catracas. Lista com os nomes de torcedores impedidos de ir aos estádios deverão ser afixadas ostensivamente em locais visíveis próximas às entradas (entendo ser uma forma de constrangimento, não deve passar). Está proibida a entrada de bandeiras e símbolos com mensagens ofensivas (a liberdade de expressão, onde está?), bebidas, substâncias que podem incitar a violência e fogos de artifício. Torcedores que invadirem o campo serão processados civil e criminalmente. 
As torcidas organizadas passam a responder por danos causados por associados no local do evento, nas imediações ou no trajeto de ida e volta do estádio. Violência e tumulto também impossibilitam membros de torcida organizada a entrar no estádio por três anos.
Espero que esta lei não venha a ser sancionada pelo mandatário máximo desta terra brasilis, pois teríamos que virar todos almofadinhas, mauricinhos; e as gatinhas, patricinhas para ir ao estádio “de gravata e capital”.
Fica proibido, aos torcedores, a entoação de cânticos racistas, xenófobos, xingamento contra a mãe do árbitro, que se tornaram hábitos na maioria dos torcedores, pode causar a expulsão do torcedor do estádio (alguns árbitros da CBF já se manifestaram contrários). Terá que dizer:
 - o senhor errou, desmarcou um gol lícito, digno e abençoado árbitro, Deus proteja e dê saúde a sua santa genitora e todos os seus.
Mais uma vez estamos diante de uma lei que não vem atender as necessidades do nosso povo, pois, no caso de Santarém, por exemplo, não tivemos nenhum problema dessa natureza. Diferente do que justifica o autor da matéria, pois no seu Estado, São Paulo, tem briga, verdadeiros campos de batalhas de torcidas organizadas, principalmente, o que não acontece por aqui.
Para quem será destinada a fiscalização desta lei?  Para as competições da série D, C, B, A, ou para toda a competição? Proibido o xingamento, que agressão à liberdade de expressão! Como ficará o futebol do interior da nossa região, tão animado, com a torcida chamando para os atletas e árbitros expressões como “indigno”, “estupor”, “macho frouxo”, “tuberculoso” “filho da lepra”, etc..
Como a prática do futebol já está burocratizada, o atleta de futebol passou a ser técnico burocrata, perdeu a liberdade de criar, quem sabe no futuro a bola com chip, com controle remoto, acabaria com o futebol nos estádios e viraria apenas jogos de vídeo game.
O torcedor passaria a se comportar, como na época da inauguração do estádio Álvaro Chaves (Fluminense) e o estádio do Vasco da Gama no Rio de Janeiro, há cem anos atrás, de terno, cartola, bengala e as senhoras e senhoritas com vestidos de tecidos finíssimos, de luvas e chapéus com arranjos maravilhosos, como só se vê nas corridas de cavalo do grande prêmio da hípica brasileira. Eu hein! Adeus estádios! Porque, bem comportadinho, nem no Círio de Nazaré.  Ficará mais triste o domingo, de vez que é o dia preferido do futebol.