sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Deu no Ilharga

É inexplicável esse ar de espanto do Diário do Pará a respeito do rodízio de secretários de educação e saúde, durante o governo Ana Júlia. Não que seja o desejável para a administração, mas por já ser fato corriqueiro de nossa história.
O próprio Jader Barbalho, proprietário do jornal, quando foi governador pela primeira vez, ainda nos tempos da ditadura militar, tinha a prerrogativa da nomeação do prefeito da capital e usou fartamente de tal poder. Primeiro, nomeou Sahid Xerfan e arrependeu-se assustado quando viu Xerfan sair pelas estivas da cidade, trajando safari e calçando botas, a arrebanhar enorme simpatia daquele povo, e Jader viu nesse gesto uma ameaça ao seu projeto de poder. Então, demitiu o lojista e nomeou o presidente da Câmara Municipal de Belém, vereador Emanoel O' de Almeida.
Por acordos políticos, fez tornar Emanoel à Câmara e nomeou Almir Gabriel, que o ajudou a consolidar a absorção do grupo político do ex-governador Alacid Nunes, que havia ajudado Barbalho a se eleger governador; depois, Almir foi eleito senador com o apoio de Jader, que nomeou Coutinho Jorge para completar o mandato. Portanto, quatro prefeitos de Belém nomeados em quatro anos. Qual o problema?