Eduardo Fonseca- direto de Curuai
 Depois de alguns anos passados, após a 
última vez que cá estive juntamente com o meu saudoso pai, Élvio 
Fonseca, que visitava para uma conversa pessoas conhecidas como José 
Campinho, Sansão Lourido, Washington Barroso, diretoria da sociedade 
esportiva e para encerrar a visita, um peixe assado com maestria pelo, 
carinhosamente, conhecido como “Cabocão”.
Depois de alguns anos passados, após a 
última vez que cá estive juntamente com o meu saudoso pai, Élvio 
Fonseca, que visitava para uma conversa pessoas conhecidas como José 
Campinho, Sansão Lourido, Washington Barroso, diretoria da sociedade 
esportiva e para encerrar a visita, um peixe assado com maestria pelo, 
carinhosamente, conhecido como “Cabocão”.
O Curuai de hoje, uma cidade! Cresceu e 
demonstra a sua pujança de maior dentre as sessenta e cinco comunidades 
da região do Lago Grande. Vejam só! Mas parece que não o é. Pois não é 
tratada, pelo poder público como tal.
Pela sua importância, geográfica e 
econômica, Curuai é hoje, o retrato do descaso e do abandono, a começar 
pelo serviço de telefonia fixa. Anda-se por vários quilômetros para ver 
se, se encontra um orelhão que funcione. A empresa prestadora oferece um
 desserviço à população, isto sim! Nem comunicação para a Anatel deu 
jeito até agora.
Não há uma agência dos Correios, as 
cartas e encomendas ainda vão e vem, desde a antiquidade, pelos barcos 
que singram o rio Amazonas, diariamente, menos aos sábados, por quê? Se 
não há telefone fixo, celular é utopia. Agora, imagine se tem um posto 
bancário? Também não em. A luz vem de Juruti (é bem verdade que há 
operários trabalhando no luz para todos) mas o atual fornecimento de 
energia  falta, diariamente, parece os batedores de pênalti da seleção 
brasileira de futebol, quando mais se precisa, falha. A água deu uma 
melhorada tem algumas horas por dia, só tem quem tem poço.
 E isso é o que se apura, ouvindo as 
pessoas nas ruas, na beira, no trapiche, no futebol e reuniões sociais 
dizem-me que esse desmazelo já vem de há muito tempo, prejudicando as 
residências, o comércio, o posto médico. Este, coitado! Tem um carro 
velho e quebrado estacionado ao lado. Levaram a ambulância de volta, 
portanto, se algum cidadão precisar da ambulância, necas!. Dois 
enfermeiros que trabalham revezando vinte e quatro horas. Ambulancha, 
talvez pela época da festa da padroeira, em agosto.
O que seria o mercado municipal, a 
construção está paralisada, abandonada, está tomada pelo mato. Pensei 
até que sua porta fosse uma tenda de camuflagem do Exército Brasileiro, 
tal a obra feita pela natureza em defesa do meio ambiente, um monte de 
cipó, bem tecido. Um trabalho de arte.
Indo mais a frente, na primeira rua, 
após as três quase ou seculares frondosas mangueiras, tem o prédio do 
ensino modular, totalmente sem condições de uso. Uma parte destelhada, 
as portas e janelas arrombadas, carteiras quebradas e lousas estragadas,
 sem condições para o trabalho da educação. A pensar que este imóvel se 
localiza a três casas de quem seria o maior representante político de 
Curuai, da atualidade, já no seu quarto mandato no Legislativo Estadual.
 É muito descaso!
No estádio tem três “barrotes” com tábuas velhas e podres, querendo dizer que ali foi uma arquibancada.
Para piorar, ainda mais a situação em Curuai, um membro do clero católico, anda na contra mão da história.
 Há quarenta e sete anos o Dom Tiago 
Ryan fundou a nossa querida Rádio Rural, e logo após, o Movimento de 
Educação de Base, transmitindo aulas radiofônicas, para a população do 
interior dessa imensa Amazônia. Milhares de pessoas foram alfabetizadas 
na época em que nem o governo federal se preocupava com a redução do 
índice de analfabetismo.
Hoje, quando o santo Padre Benedictus 
(Bento) XVI, já se mostrou para o mundo globalizado usando o IPAD, 
demonstrando, assim, ter aderido à tecnologia mais avançada na 
comunicação e não se isolar do mundo, em Curuai, o sacerdote que ali 
está, juntamente com algumas poucas beatas, lideraram um movimento, indo
 ele próprio à frente,  para se desinstalar uma antena que já estava 
sendo usada no serviço de internet, para todos os comunitários, porque, 
como diz no programa da festa de Nossa Senhora de Nazaré, na página 13 ,
 é “um palavrão”. Durma-se com um barulho destes!.
É triste, é retrógrado, é lamentável, 
numa comunidade que, dentre as muitas coisas boas, bom se tem, possui um
 pólo de extensão da Universidade Castelo Branco, do Rio de Janeiro que 
ministra a contento os cursos permanentes de história, matemática, 
geografia, pedagogia, educação física e letras, mas seus estudantes 
professores, pesquisadores e demais colaboradores, como eu sou um deles,
 não podem ter acesso a esse instrumento moderno de comunicação, a 
internet, para pesquisas, consultas e demais informações, porque 
desagrada o padre.
 Mas, na verdade, ele, o padre, é quem 
está desagradando os fiéis da “sua Igreja”, prejudicando toda uma 
comunidade para satisfazer os seus caprichos, e pensamentos 
ultrapassados, provocando um cisma no rebanho do Curuai.
Talvez ele não tenha tomado conhecimento
 pela sua rádio comunitária, que o atual santo padre pediu perdão à 
humanidade pelos exageros do tribunal da Santa Inquisição. É hora de 
rever os seus conceitos.
Também, já é hora dos que se dizem 
representantes políticos e, principalmente, da lutadora e sofrida classe
 econômica e a população geral do Curuai exigir, tanto do poder público 
municipal, estadual e federal melhores dias para a bonita vila (cidade) 
de Curuai, que já foi um dos maiores colégios eleitorais de Santarém, 
mas pelo abandono e pelo descaso, da sede, muitos cidadãos estão 
transferindo seus títulos para o vizinho município de Juruti que é quem 
vem dando alguma assistência imediata à população de cá. Afinal, é a 
terra do vice-Prefeito e Prefeito municipal de Santarém, em exercício.
Por: Eduardo Fonseca/Professor/Jornalista/Advogado/Assessor da CMS/Presidente da ALAS...Ufa!
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