sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

DO ARRASTÃO DO SAIRÉ ÀS BATALHAS DE CONFETES

Assisti com bastante atenção e surpresa à entrevista do senhor secretário municipal de cultura, quando tratou do carnaval santareno de 2014.  Confesso que me surpreendi com a extinção das Batalhas de confetes. Esta a primeira polêmica, aliás, comum a todos os anos, é o primeiro grito de carnaval.
O senhor secretário disse que não haveria as batalhas de confetes aos domingos, por falta de segurança e de que a Polícia Militar não garantiria o policiamento suficiente para os dias, só para o desfile oficial.  Lembrei-me que sob este argumento tem acabado, não só em Santarém, mas é uma realidade nacional. A justificação da fraqueza do Estado, diante do que vem tomando conta do País, a violência.
No nosso estado do Pará, os bandidos “mandões” só faltam assaltar o governador Simão Jatene, pois, o delegado geral do Estado já foi assaltado e baleado. Um Juiz Federal que caminhava na aristocrática Praça Batista Campos, em Belém, foi sequestrado. Um Juiz Estadual que trabalhou muitos anos em Santarém sofreu sequestro relâmpago, ficando na mala do seu próprio carro abandonado. Uma Promotora de Justiça que também já trabalhou aqui na Pérola do Tapajós, foi sequestrada e assaltada, sem contar os demais populares e outros diversos profissionais. Então, o povão, contribuinte não tem o retorno em serviços adequados pelo pagamento dos seus impostos.
Aí me lembrei do ano em que o Comandante do 3º BPM à época, disse que esta não poderia garantir o “arrastão do Sairé”, depois de muito disse me disse, o arrastão aconteceu.
Recentemente, nesta semana, pela mesma razão, falta de policiamento,  a Federação Paraense de Futebol ia alterar o início do campeonato paraense de futebol, mas o Papão da Curuzu, bateu o pé, por causa do seu calendário de treinamento, fora da Capital. E vai ter o jogo no dia marcado na tabela inicial, ou seja, no domingo.
Então, depois de acabarem com diversas tradições culturais, como as nossas festas de São João, fogueiras e terreiros, tem igreja que não pode fazer suas quermesses, nos seus bairros. Os colégios, já estão alugando clubes e quadras para fazerem suas atividades extra classe.  E agora, a pedra da vez, a maior festa popular do povo brasileiro. O carnaval.
Comentando a entrevista e a justificativa do secretário municipal de cultura, meu colega de magistério que trabalhamos juntos no Colégio Dom Amando, o excelente cantor Nato Aguiar, no encontro popular da Garapeira Ipiranga, no Mercadão dois mil, quando no início de sua gestão, marcou o carnaval de ritmos diversificados e agora, só o desfile. Aí surgiu ali o “bizu” que, já está na “boca do povo” de que alguns membros dos órgãos de segurança pública, lotados neste Município, têm uma empresa de segurança e de que alguns servidores públicos estaduais militares, sãoos próprios seguranças e prestam serviços em supermercados, clubes, piscinas e, demais eventos. Então, não poderiam ir para as ruas prestar o serviço público para os contribuintes foliões. Ah, ah, ah! Assim, entendo.  Como dizia o macaco da TV, na década de oitenta. “Não precisa explicar. Eu só queria entender”!
Aceito a permanência do local do desfile na orla, porque ninguém quis, mais uma vez, ouvir os carnavalescos, sobre um melhor local para o desfile dos Blocos de Enredo e de Empolgação, depois, de um dos melhores carnavais feitos em Santarém, nos últimos anos, quando foi na Silva Jardim (ainda não aceito porque passou a chamar-se Sérgio Henn), quando o Dr. Roberto Vinholte foi secretário de Cultura. Ele Tinha outra visão. E a Igreja católica se antecipou e marcou o Cristoval 2014 para lá. Que bom. Um não pode atrapalhar o outro. Parabéns!
Agora, eu que vi, participei de diversas batalhas de confetes, desde a minha infância, nas praças, primeiramente, na da Matriz, depois São Sebastião, Liberdade, Tiradentes, DER, Santíssimo, e ultimamente, foram incluídos Cohab, Nova república e Parque da Cidade. E com uma palavra do atual secretário, acaba com uma tradição de mais de meio centenário.  Pelo que sei e vi até o atual prefeito de Santarém participava de batalhas de confetes, acompanhando a bateria de blocos (o que hoje chamam de arrastão). Por sinal, bastante animado  e flexível.  Espero que ele encontre uma alternativa para não acabar de vez com mais uma tradição do povo santareno. O carnaval de rua e suas batalhas de confetes, sem falar dos blocos de sujo, e não parar o som dos tamborins, agogôs, repiques, ganzés e ganzás.
Por: Eduardo Fonseca – (edutupaiu@bol.com.br)