segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

VAMOS INVADIR AS CASAS DO RESIDENCIAL MOAÇARA

Francisco Barbosa, presidente da AMBAV, diz que associados vão ocupar imóveis e concluir as obras

Francisco Barbosa, diz que associados vão ocupar imóveis e concluir as obras
Francisco Barbosa, diz que associados vão ocupar imóveis e concluir as obras
Cansados de esperar a finalização da obra por parte da empresa Carmona Cabrera e de uma posição dos órgãos responsáveis pelo conjunto habitacional, filiados da Associação de Moradores do Bairro do Aeroporto Velho (AMBAV) ameaçam invadir nas próximas semanas os apartamentos do Residencial Moaçara I.
Em novembro do ano passado, após pedir concordata, a empresa Carmona Cabrera paralisou as obras do Residencial Moaçara I, localizado no bairro do Aeroporto Velho, deixando centenas de famílias preocupadas com o cumprimento do prazo para a conclusão do conjunto habitacional.
Já no mês de dezembro, dezenas de trabalhadores realizaram uma manifestação na Avenida Moaçara, em frente ao residencial, cobrando da direção da Carmona Cabrera o pagamento dos salários atrasados. Durante o protesto, houve confronto entre os operários e policiais do Grupo Tático Operacional (GTO). Um grupo de trabalhadores e profissionais da imprensa santarena ficaram feridos.
A Comunidade do Aeroporto Velho informou que mediante a falta de informação por parte da empresa em relação à conclusão da obra, realizou uma reunião no último domingo (12), onde o povo já cansado de esperar decidiu invadir os apartamentos. “Faz muito tempo que a gente vem lutando pelas moradias e aconteceu isso. São 9 anos de luta, então, a Comunidade decidiu que, se daqui a 25 dias a Caixa Econômica não se pronunciar, a Associação vai selecionar as pessoas para ocupar as casas que já estão quase prontas”, alerta o presidente da AMBAV, Francisco Barbosa, o “Chiquinho”.
Segundo ele, as casas que ainda estão no alicerce não terão como ser ocupadas e, que por isso algumas famílias decidiram que vão terminar a construção antes de começar a usar o imóvel. “Então, isso pra gente é uma falta de responsabilidade do poder público para com a população. Será que Santarém vai ficar marcada por esse tipo de construção que inicia e não termina?”, questiona Chiquinho.
Para ele, a reunião de domingo mostrou a determinação das pessoas, indignadas com a falta de responsabilidade das autoridades, em fazer a coisa certa no Brasil, por isso o povo decidiu que vai ocupar os apartamentos mesmo antes de serem entregues pela empresa responsável pela obra.
“Eu como sou a pessoa que está à frente desse movimento, não vou contra as famílias. Até mesmo, porque a gente vem lutando há muitos anos por essas moradias. Agora, que chegou praticamente no final, aconteceu isso”, reclama Chiquinho.
O Líder comunitário esclareceu que antes da ocupação a Associação vai fazer um contato com o prefeito Alexandre Von (PSDB), para que as famílias possam receber as casas o mais breve possível. “Se não acontecer uma resposta por parte da Caixa Econômica Federal, a ocupação será inevitável. A Carmona Cabrera ainda não se manifestou e ninguém sabe o que aconteceu. Portanto, alguém tem que se manifestar em relação a isso, porque a comunidade que luta há 9 anos pelas moradias está indignada”, avisou.
CONTRATOS: O prefeito de Santarém, Alexandre Von, disse que foi formada uma equipe de servidores da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) e técnicos da Caixa Econômica Federal, tanto de Santarém quanto da gerência regional de Belém, para acompanhar de perto a execução dos contratos.
“Estamos tratando com a Caixa Econômica Federal, já que os três contratos que o Município dispõe com essa empresa são todos financiados com recursos via CEF, para que a Carmona informe quais são os procedimentos que vai adotar em relação às obras. Mas independente disso, já nos manifestamos que não queremos que as construções paralisem”, garante Von.
Questionado se a Prefeitura de Santarém vai encerrar os contratos com a Carmona Cabrera para fazer um novo processo licitatório, o Prefeito explicou que a empresa tem manifestado interesse em continuar a execução dos contratos, mas caso isso não aconteça, a administração municipal vai procurar os meios legais para resolver essa situação. “Se a empresa não apresentar condições para continuar a execução das obras, imediatamente procederemos o distrato, visando à contratação de uma nova empresa, que conclua os contratos”, afirmou o Prefeito.
Fonte: RG 15/O Impacto