Edmilson: “Pacientes correm risco de morte no HRBA”
Edmilson Rodrigues esteve em Santarém e falou sobre CPI da Pró-Saúde
Denúncias de irregularidades cometidas na administração de quatro hospitais públicos em diferentes cidades do Estado, entre eles, o Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará (HRBA) levaram o deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) a apresentar um requerimento na Assembléia Legislativa do Pará (Alepa) pedindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar a empresa Pró-Saúde.Das 14 assinaturas necessárias pelo Regimento da Alepa e da Constituição do Estado do Pará para a abertura da CPI, segundo Edmilson Rodrigues, foram colhidas 18 assinaturas, entre elas, 8 do PMDB, 8 do PT, uma do deputado Nélio Aguiar (DEM), além do seu próprio apoio, sendo 4 a mais do que a lei exige.
“Eu apresentei na Alepa um pedido de CPI baseado em denúncias que partiram de Santarém. Meus amigos, como o professor Márcio Pinto, receberam de médicos de dentro do sistema do Hospital Regional documentos e informações”, revela o Deputado.
Ele destaca que cabe agora aos partidos indicar os seus deputados que comporão os cinco membros da CPI, os quais poderão desenvolver durante 90 dias as investigações. Para Edmilson, há uma tentativa de procrastinar a CPI por conta dos 5 membros ter proporcionalidade na Alepa, entre eles, 2 do PT e do PMDB que são oposição, que contarão com seu apoio, somando 3 membros, além de 2 da bancada do Governo do Pará, de modo que a investigação contará com a maioria da oposição.
“Isso gerou um reboliço e o presidente da Alepa me confessou que está sofrendo muita pressão para não estabelecer o início dos trabalhos, porque o Governo, claro não tem interesse na investigação. Nós somos os representantes dos interesses populares e porque há indícios de fraudes”, afirma.
INDÍCIOS: “Há indícios, mas eu não posso afirmar se há crime. Eu posso dizer que há muitos motivos para que se investigue o contrato do Governo do Estado e a Pró-Saúde. São cinco hospitais, mas no momento que eu apresentei o requerimento pedi a investigação de quatro hospitais que são administrados por uma empresa de São Paulo, que lucra muito com a saúde e não garante saúde para população, mas doença e morte, porque o lucro não combina com o direito a saúde, que é um bem social”, declarou o deputado Edmilson Rodrigues.
Por isso, de acordo com ele, a investigação é necessária e há muitos motivos para provar que existe 40% de valor pago de dinheiro público para a saúde e, que mesmo assim está ocorrendo a redução de metas. O deputado Edimilson afirma que há procedimentos que foram reduzidas em 200 mil atendimentos ao ano, o que para ele, é um absurdo.
“Há procedimentos como mamografia que foi reduzida em 1/3. Para se ter uma idéia de 4.500 mil, foram reduzidos para 3 mil, o que significa condenar 1.500 mil mulheres que por ventura tenham um tumor maligno no seio e venham a morrer de câncer e não tenham sequer o direito de fazer uma cirurgia”, diz.
EQUIPAMENTOS: Segundo Edmilson Rodrigues, no HRBA existem equipamentos em laboratórios no Hospital que deveriam ser usados em atendimento aos pacientes, porém, a Pró-Saúde manda os exames para fora do Estado, para sua matriz em São Paulo. “Enquanto a Pró-Saúde lucra, a população sofre em ter que esperar dois ou três meses pelo resultado do exame, que muitas vezes é um tumor que está crescendo e, que inviabiliza as condições de vida da pessoa”, afirmou o Deputado.
Segundo Edmilson, a investigação vai envolver o HRBA em Santarém, o Hospital Metropolitando de Ananindeua, o Hospital Regional de Altamira, onde a crise é muito profunda por conta da construção de Belo Monte e o Hospital de Marabá. Ele explica que esses quatro grandes hospitais são responsáveis por um repasse de R$ 270 milhões ao ano.
“Se formos fazer uma comparação com o Hospital Municipal de Santarém, mesmo o Prefeito sendo do mesmo partido do Governador, tem que administrar mensalmente menos de R$ 500 mil e atende pacientes de toda a região Oeste do Pará. Enquanto que a Pró-Saúde somente no Oeste do Pará recebe quase R$ 8 milhões por mês”, revela Edmilson Rodrigues.
Por: Manoel Cardoso