BOMBA! URNA ELETRÔNICA NÃO É SEGURA, REVELA ESTUDO REALIZADO PELO MP-SP
O sistema atual
de votação eletrônica é falho e não pode garantir o sigilo do voto e a
integridade dos resultados das eleições. A conclusão é do Ministério
Público Federal (MPF) em São Paulo, com base em relatório apresentado à
Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão por pesquisadores da
Universidade de Brasília (UnB). O documento aponta ainda outras
vulnerabilidades no programa usado nas urnas eletrônicas, com "efetivo
potencial para violar a contagem dos votos", destaca.
Consta de
investigação preliminar do procurador Pedro Antonio Machado que urnas
eletrônicas submetidas a teste de segurança apresentaram fragilidade
principalmente para garantir o caráter secreto do voto.
Em tese os
votos devem ser armazenados na urna eletrônica e misturados
aleatoriamente pelo software programado para seguir um padrão
matemático. No entanto, durante prova técnica laboratorial conduzida em
2012, os pesquisadores conseguiram colocar em ordem os 950 registros
usados no teste, que foi realizado em atendimento a chamada pública do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O responsável
pelo relatório, professor Diego Aranha, alertou para o fato de a prova
revelar a possibilidade de descobrir em quem o eleitor votou: "Com a
reordenação dos votos, é possível, sabendo os horários que os eleitores
foram a determinada seção eleitoral, descobrir em quem eles votaram,
sendo certo que, para isso, basta que um dos fiscais anote tais
horários", esclareceu o especialista, que hoje atua no Instituto de
Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "No caso de
personalidades, como candidatos das eleições majoritárias, basta que se
acompanhe o noticiário para saber o horário em que exerceram o voto",
complementou Aranha. De acordo com o documento a falha foi descoberta
com rapidez pela equipe da UnB.