ÚLTIMAS VAGAS SÃO DE ARGENTINA E BÉLGICA
Com exceção da Colômbia, as outras sete seleções que vão
jogar as quartas de finais se classificaram com uma dose de sufoco. Nada menos
que cinco jogos foram para a prorrogação, sendo dois resolvidos nas cobranças
de pênaltis.
Seleções tradicionais tiveram mais trabalho do que o
esperado, contra rivais teoricamente de menos expressão (e bem menos títulos).
O clichê "não tem mais bobo no futebol" parece fazer cada vez mais
sentido. Que o digam os campeões mundiais Brasil, França, Alemanha e Argentina.
Eles sofreram. Mas, no fim, deu a lógica. Pela primeira vez, todos os primeiros
lugares da fase de grupos venceram.
Como é de se esperar em uma Copa, a edição deste ano tem uma
zebra para chamar de sua. A Costa Rica eliminou Inglaterra e Itália na fase de
grupos, mas precisou dos pênaltis para bater a Grécia. Quase a zebra da Copa
foi derrotada por uma zebra maior ainda.
Agora, a Copa tem pausa de dois dias e volta na sexta-feira
(4). O primeiro jogo das quartas de finais é entre França x Alemanha, no
Maracanã, no Rio, às 13h. No mesmo dia, o Brasil pega a Colômbia, no Castelão,
em Fortaleza, às 17h. No sábado (5), a Argentina enfrenta a Bélgica em
Brasília, no Mané Garrincha, às 13h. O último jogo das quartas é entre Holanda
e Costa Rica, em Salvador, na Fonte Nova, às 17h. Veja a tabela com os confrontos das quartas de finais da Copa.
A
partida contra o Chile, no Mineirão, em Belo Horizonte, foi a mais tensa do
Brasil nesta Copa. Depois de David Luiz marcar aos 18 minutos do primeiro
tempo, a seleção cedeu o empate e viu um gol de Hulk invalidado pelo juiz. A
classificação foi decidida nos pênaltis. Com duas defesas de Julio César e uma
bola na trave, o Brasil passou de fase (após passar sufoco). William e Hulk
erraram as cobranças brasileiras.
É o camisa 10 da seleção... da Colômbia
James Rodríguez é artilheiro da Copa com cinco gols, mas vai
além. O
meia de 22 anos é também, até agora, o melhor jogador do mundial. Fez duas
das jogadas mais bonitas, contra Japão (drible e toque por cima do goleiro) e
Uruguai (matada no peito e chute forte). O jogador do Monaco ajudou a botar a
Colômbia nas quartas pela primeira vez na história. Fez gols em todos os jogos
da Copa e tem duas assistências. "Sou um a mais. Quero ajudar a Colômbia a
vencer e se puder ser com gols e passes, melhor", disse.
Mais uma campeã mundial fora
Sobrevivente do Grupo D, ao lado da Costa Rica, o Uruguai
caiu diante da Colômbia. Com o 2 a 0, mais um campeão da Copa ficou pelo
caminho. Sem o atacante Luis Suárez, suspenso após mordida no zagueiro italiano
Chiellini, o time uruguaio mostrou o futebol aguerrido de sempre, mas sem a
mesma eficiência dos dois jogos anteriores, contra Itália e Inglaterra. Suárez
já voltou para casa após a suspensão, mas não foi esquecido no Maracanã.
Centenas de torcedores levaram ao estádio máscaras do jogador e a
seleção colocou sua camisa 9 e equipamento esportivo no vestiário, com o
material dos demais jogadores.
Parada e virada em Salvador
Holanda
e México sofreram com o calor em Fortaleza. Paradas técnicas de 3 minutos,
uma em cada tempo, ajudaram as seleções. Até os 42 minutos do segundo tempo a
vaga era do México, graças a um gol de Giovani dos Santos. Mas, depois do
empate com um gol de Sneijder, veio um pênalti sobre Robben, convertido por
Huntelaar já nos acréscimos, aos 48 minutos. A marcação foi questionada pelo
técnico mexicano, Miguel Herrera, e Robben admitiu exagero na reação, mas
garantiu que o pênalti aconteceu.
México decepciona
Não foi desta vez que o México conseguiu chegar às quartas,
sem estar em casa, como nas Copas de 1970 e 1986. Os mexicanos venciam por 1 a
0 os holandeses até os 42 minutos do segundo tempo, quando sofreram o empate e
a virada da Holanda. Como no jogo contra o Brasil, o goleiro Ochoa foi o
principal destaque do time. Mesmo com a boa atuação, não conseguiu parar o time
treinado por Louis van Gaal.
No duelo de zebras, deu Costa Rica
A Costa Rica,
que se classificou em primeiro lugar em seu grupo e ajudou a eliminar Itália e
Inglaterra, encontrou dificuldade para passar pela Grécia. Bryan Ruiz abriu
o placar aos 6 minutos do primeiro tempo e a equipe parecia capaz de segurar a
vantagem após a expulsão de Óscar Duarte, aos 21 do segundo tempo. Aos 45
minutos do segundo tempo, Sokratis empatou e levou a decisão para prorrogação.
A definição aconteceu apenas na cobrança do nono pênalti, já que a Costa Rica
converteu todas as suas tentativas, mas a Grécia teve o chute de Gekas
defendido pelo goleiro Navas. O resultado leva a equipe da América Central às
quartas de finais pela primeira vez na história das Copas.
França bate Nigéria
A
França derrotou a Nigéria por 2 a 0, com um gol de Paul Pogba e um de Yobo
(contra), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. "Eu me lembro que,
quando era menino, vi a final entre França e Brasil. E ganhamos... Sempre tem
essa rivalidade entre França e Brasil. Para mim, seria um prazer enfrentar o
Brasil aqui, na casa deles, na Copa", disse Paul Pogba, eleito pela Fifa o
melhor em campo. O presidente da França, François Hollande, vibrou com a
vitória da seleção. Veja
celebrações pelo mundo.
Alemanha vence Argélia
Numa partida abaixo da média, a
Alemanha precisou da prorrogação para vencer a Argélia, no Beira-Rio, em Porto
Alegre. Demorou, mas os tricampeões abandonaram reagiram. Andre Schürrle e
Mesut Özil marcaram os gols da vitória, um em cada tempo da prorrogação. A
Argélia tentou surpreender com contra-ataques e contou com as boas defesas de
M'Bolhi. O único gol da seleção, de Djabou, foi no segundo tempo da
prorrogação. Deu esperança aos argelinos, mas já não havia tempo para reagir.
Quem também chamou a atenção no jogo foi o outro goleiro, o alemão Manuel
Neuer. Ele foi bem embaixo das traves. E melhor ainda longe delas. Atuou várias
vezes como líbero: saiu do gol e interceptou lançamentos.
Argelinos rezaram no Beira-Rio
Messi, Di María e mais nove
Nos três jogos da primeira fase, a Argentina venceu, Messi
fez gol e foi eleito o melhor da partida. Desta vez, Ángel di María decidiu,
após jogada de... Messi, claro. O camisa sete da seleção argentina foi o
jogador mais perigoso. Finalizou 12 vezes. A Argentina pressionou, fez o
goleiro Diego Benaglio mostrar serviço, mas conseguiu
fazer 1 a 0, aos 12 minutos do segundo tempo da prorrogação. A Suíça teve
chance de empatar, mas acertou a trave.