CARREATAS
Os candidatos nas eleições sempre procuram mostrar força organizando
carreatas imensas, com carros de som potentes, muitos carros de passeio,
vans, ônibus, gente uniformizada, todos os veículos enfeitados e cheios
de bandeiras, verdadeiros "out-doors" ambulantes.
Acham que quanto maior o cortejo melhor a impressão no eleitorado,
mesmo que o movimento seja composto na maior parte de "voluntário$" e
"aDASistas", digo, adesistas, a distribuir o material do candidato em
carros fretados só para o evento. Ou que receberam uma "ponta" de
combustível para o percurso.
E os candidatos seguem em pé na carroceria de um carro aberto, ídolos
festivos a receber o aplauso (ou não) dos passantes nas calçadas, dos
moradores das casas e dos apartamentos que cheguem na janela, e dos
motoristas e ocupantes dos outros veículos.
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Tenho dúvidas sobre a eficácia destes "corsos" em determinadas áreas de
uma cidade como Belém, onde o crescimento vertical das habitações impõe
uma distância do que acontece nas ruas e calçadas.
Em alguns bairros da capital e outras cidades menores, tudo bem.
O barulho, as músicas, as buzinas, chamam a atenção.
Embora nenhum motorista a caminho do seu "domingão" goste de ficar retido por conta de movimentos políticos...
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Mas para os candidatos aboletados em cima do carro, nem sempre as coisas andam bem.
Às vezes fica desagradável.
A festa e a boa recepção algumas vezes se resume aos seus próprios correligionários, sem muita adesão popular.
E tem mais.
Conversando com Gerson Peres há alguns anos, ele disse porque não gostava de carreatas:
"Muito desagradável, você fica acenando lá de cima, e um sujeito cá em
baixo te manda um 'cotoco', te xinga, e você tem que continuar rindo e
agradecendo"...
Faz parte.