Para Lula, Helder é mudança que Pará precisa
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca hoje à tarde em
Belém para participar à noite de comício ao lado do candidato Helder
Barbalho em Ananindeua. Será a segunda visita de Lula à cidade na
condição de grande cabo eleitoral e fiador da aliança PT-PMDB nestas
eleições.
Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO, o ex-presidente faz questão de
enumerar todos os benefícios gerados ao Pará pelo seu governo e da
presidente Dilma Rousseff, deixando claro que novas ações serão
empreendidas em um eventual segundo mandato. Sobre Helder, é taxativo:
“Representa a mudança que o Pará precisa, depois desses quatro anos
desperdiçados”.
Confiante na reeleição de Dilma, Lula observa que depois de décadas o
Brasil foi governado para todos, e não apenas para um terço de sua
população. Critica, ainda, a afirmação do ex-presidente Fernando
Henrique, que considerou desinformados os eleitores de Dilma no primeiro
turno: “É típica do elitismo e do preconceito tucano contra a maioria
dos brasileiros”.
P: O que a população do Pará pode esperar de um segundo governo Dilma em termos de políticas públicas?
P: O que a população do Pará pode esperar de um segundo governo Dilma em termos de políticas públicas?
R: A população do Pará com toda certeza pode esperar muito de um segundo
mandato da presidenta Dilma. No meu governo e no governo da Dilma, nós
tratamos de olhar com muito carinho para essa região tão importante do
Brasil, muitas vezes esquecida por outros governos. O Pará é um estado
que tem destaque na agricultura, na indústria, na ciência e no turismo,
entre outras áreas. Além de ser uma forte referência cultural e
artística para o país. O governo federal, apesar da má vontade do
governo estadual, fez muito pelo estado. Apenas para a saúde, foram
repassados, entre 2010 e 2013, R$ 6,7 bilhões. Foram 401 mil paraenses
recebendo remédios gratuitos para asma, hipertensão e diabetes, por meio
do programa Saúde Não Tem Preço. Na educação, foram criados 13 novos
campus universitários, 9 dos quais já em funcionamento. O Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará também ganhou seis
novos campus. O Pronatec já conta com 136 mil alunos em 98 municípios.
Além de saúde e educação, Dilma fez fortes investimentos no Pará com o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Bolsa Família, o Luz Para
Todos, o Mais Médicos e o Minha Casa Minha Vida, entre outros. Com
certeza a Dilma vai ampliar – e muito – os investimentos sociais e
econômicos para aumentar a qualidade de vida do povo e apoiar o
desenvolvimento do Pará.
P: Por que o senhor recomenda o voto em Helder Barbalho (PMDB) para o governo do Pará?
R: O governo tucano, completamente arcaico e superado, trouxe grandes
prejuízos à população paraense. No Pará, todos sabem que a segurança, o
transporte e a educação estão em péssima situação. O Helder representa a
mudança que o Pará precisa, depois desses quatro anos desperdiçados.
Uma das coisas que eu mais admiro no Helder é que ele é um jovem
preparado, cheio de energia e com muita dedicação ao trabalho. Eu tenho
confiança de que ele fará um governo com ideias novas, moderno,
eficiente e com grande sensibilidade social. E, principalmente, ele será
um parceiro da presidenta Dilma em beneficio do povo do Pará. Com a
aliança dos dois, eu acho que o nosso querido Pará vai voltar a crescer,
a se desenvolver e a cuidar com carinho da sua gente.
P: Em entrevista recente, a respeito do segundo turno presidencial, o
senhor disse que não se trata apenas de uma disputa entre Dilma e Aécio,
mas entre projetos diferentes de sociedade. O que isso significa?
R: Eu faço uma avaliação muito séria do que está em jogo nesta eleição.
Dilma e Aécio não são apenas concorrentes à Presidência da República,
eles representam projetos muito diferentes de país. Aécio representa as
elites conservadoras, que governam para poucos, excluindo a maioria da
sociedade. Os tucanos já governaram o Brasil e, depois de oito anos, o
resultado foi desemprego, arrocho salarial, apagão energético,
subordinação do Brasil ao FMI. Um desastre. E Dilma representa as forças
progressistas e transformadoras desse país, a verdadeira mudança
social, com ampliação do emprego e valorização dos salários, combate à
pobreza e à corrupção, acesso da população à moradia e ao ensino
superior. O que me espanta é que um candidato que não tem nada de novo
em suas propostas e em seu modo de agir fique posando como se fosse uma
novidade na política. Aécio é o retrato falado da velha política.
Mudança é o que estamos fazendo no Brasil há 12 anos e queremos
continuar com a presidenta Dilma. Eu penso que, se em 2002 a esperança
venceu o medo, agora a esperança vai vencer o ódio e a verdade vai
vencer a mentira.
P: Qual o balanço que o senhor faz desses 12 anos de governo do PT?
R: Durante décadas, o Brasil foi governado para apenas um terço da
população. A grande diferença da nossa gestão foi fazer um governo
realmente para todos. E eu faço um balanço muito positivo desses 12 anos
de governo popular, mas olhando para a frente e com a consciência de
que ainda há muito por fazer. Os meus dois mandatos e o da presidenta
Dilma fizeram uma verdadeira revolução pacífica e democrática neste
país. Tiramos 36 milhões de pessoas da miséria e levamos 40 milhões para
a classe média, promovendo a maior ascensão social coletiva que o
Brasil já conheceu. E isso sem prejudicar em nada a classe média e os
empresários, ao contrário, todos ganharam no nosso governo. Quando fui
eleito, em 2002, disse que, ao fim de meu mandato, se cada brasileiro
pudesse comer três vezes ao dia, teria cumprido a missão de minha vida.
Alcançamos isso com Dilma, quando a ONU reconheceu o Brasil como um país
fora do mapa da fome. E isso se deu porque ela é a continuidade de um
projeto de Brasil para todos. Os tucanos representam o retrocesso, a
volta ao passado de sofrimento popular e desalento. Neste segundo turno,
Dilma é a única opção para o Brasil continuar avançando, crescendo com
distribuição de renda, controlando a inflação sem arrocho salarial,
gerando empregos, melhorando a saúde, investindo forte em educação e
valorizando as características de cada estado, promovendo o
desenvolvimento de todas as regiões do país.
P: O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que o voto na
presidenta Dilma é um voto desinformado. O senhor acha que ele tem
razão?
R: Acho essa declaração lamentável, um desrespeito à democracia e à
inteligência do eleitor. É típica do elitismo e do preconceito tucano
contra a maioria dos brasileiros. A presidenta Dilma venceu no primeiro
turno em 15 estados, inclusive no Pará. Também venceu no Rio de Janeiro,
no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. Será que ele acha que o povo do
Pará, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Sul ou de Minas, onde o
candidato dele, o Aécio Neves, foi governador, é mal informado? Nós, que
fomos presidentes, temos que respeitar o voto da população e a opinião
de cada eleitor mais do que qualquer outra pessoa. Acho que Fernando
Henrique não notou que o Brasil mudou muito, e para melhor, desde que
ele deixou o governo. Hoje as pessoas são mais livres, avaliam e votam
com sua própria consciência. A inclusão social e a conquista da
cidadania livraram os brasileiros de todos que se julgam donos dos seus
votos.
