Empresário denuncia monopólio no serviço turístico em Santarém
Operador de turismo é acusado de não pagar embarcações que transportam turistas pelos rios da região
Os serviços ofertados a turistas
estrangeiros que chegam a Santarém em navios transatlânticos viraram
motivo de denúncia do proprietário de uma pequena embarcação que faz
frete para empresas turísticas, identificado como Ivo. Segundo ele, está
havendo o monopólio e a exploração do serviço nos transatlânticos que
chegam a Santarém, exercidos pelo “operador de turismo” Joaquim dos
Santos.
“Ele (Joaquim) na verdade se acha, mas é
um terceirizado. Ele seria o representante da BRASIL SHORE EXCURSION e
sua empresa é a AMAZON SHORE EXCURSION”, revela Ivo.
De acordo com ele, os pequenos
empresários de Santarém estão sendo vítimas de falsários, impostores,
enganadores e caloteiros, no serviço turístico. “Sou dono de embarcação
que faz fretamento quando chegam navios de turismo aqui em Santarém para
a empresa terceirizada do senhor Joaquim dos Santos. Que contrata
nossos barcos. Estamos desde essa última temporada sem receber o
pagamento por estes serviços, temos colegas que até mesmo não receberam
desde a temporada passada”, denuncia Ivo.
Ivo destaca que no dia 06 de novembro
deste ano, vai começar a temporada de transatlânticos em Santarém,
porém, os empresários do setor turístico não querem que o senhor Joaquim
dos Santos seja o responsável pela contratação dos serviços.
“Ele nos deve o que gira em torno de
R$40.000 (quarenta mil reais). Estou aqui insatisfeito, porque
dependemos disso para sustentar nossas famílias. Esse senhor Joaquim
desfruta de carros importados zero quilômetro, casa nova, e não paga
ninguém. Somos obrigados a ir a casa dele cobrar, mas sempre vem com uma
desculpa que não tem dinheiro. Ele sempre mente, e diz que o senhor
Álvaro, dono da agência BRASIL SHORE EXCURSION não o pagou ainda”,
expõe.
CALOTE: Ivo denuncia
que tem colegas que trabalham nos ônibus que são fretados para
transportar os turistas e, que ainda não receberam desde a temporada
passada e ainda são insultados quando cobram o senhor Joaquim dos
Santos. “Esse Joaquim disse que já passou o dinheiro para o Mário
Borges, que por sua vez diz que não passou e ainda não recebeu. Então,
fica essa história de disse e me disse e estamos literalmente a ver
navios, enganados!”, dispara o denunciante.
A temporada de navios, segundo Ivo, só
tem lucro para o senhor Joaquim dos Santos, enquanto que outros
empresários são enganados. “Queremos outro operador de navios e outra
agência que faça os receptivos. Queremos uma fiscalização da Secretaria
Municipal de Turismo”, aponta Ivo.
Para ele, os órgãos ligados ao turismo
estão omissos em resolver os problemas para que o trade se desenvolva na
cidade. “É uma vergonha como a cidade vivencia uma mesmice como essas.
Fico indignado a que ponto chega o não fazer nada, desses órgãos, que
fazem vista grossa diante desta situação. Hoje tem a Portaria Nº 311, do
Ministério do Turismo que “Institui a forma e os procedimentos de
fiscalização dos prestadores de serviços turísticos pelo Ministério do
Turismo e seus órgãos delegados”, mas não fazem nada”, diz.
EXPLORAÇÃO: Outra
questão levantada por Ivo foi a exploração dos pequenos empresários por
parte do senhor Joaquim dos Santos. “Ele para quem o conhece e sabe da
sua fama, sabe que explora e humilha os trabalhos dos prestadores de
serviços, que de certa forma só sobrevivem disso, deixando-os
dependentes da sua vontade, aceitando o que esse péssimo patrão impõe”,
afirma.
Ivo cobra fiscalização por parte da
Paratur, assim como o retorno de outros operadores, como Daniel e
Antonio Batista, da Agência GRAND AMAZON, que são considerados os
melhores empresários do ramo, por efetuarem de forma correta o pagamento
de donos de barcos e ônibus.
“Ao término do nosso trabalho eles
pagavam direitinho ou mesmo antecipadamente. Não queremos amadores e
mentirosos, que usam de chantagens e são vingativos e rancorosos. Ele
(Joaquim) nos ameaça em nos tirar e colocar outros, só pelo fato de nós o
cobrarmos. Será que isso é certo, trabalhar sem receber?”, interroga.
ELITE: Para Ivo, não
importa o quanto as pessoas se esforcem para fazer um trabalho digno,
principalmente porque precisa bajular e agir com puxa-saquismo para
entrar na chamada “elite do turismo de Santarém”, assim definidas por
eles.
“Guias que só se acham, o bam-bam, e nos
humilham da mesma forma que ele, mentem, e ainda pensam, que estão com o
rei na barriga. Não reconhecem nosso trabalho e são todos narizinhos
empinados, e alguns são explorados, humilhados, e por não fazerem parte
desta panelinha recebem menos na diária. O que vemos é que esse problema
não é de hoje, mas de vários anos, e os órgão de turismo da cidade
permanecem de olhos fechados a empresa desse homem, sem que haja
qualquer fiscalização”, denuncia.
Segundo Ivo, existem ainda os outros que
trabalham nesse conjunto de atividades turísticas, que ainda não foram
pagos. “Bosque Santa Lúcia, guias de turismo, a maioria que faz parte da
panelinha dele já foram pagos. Na catedral é pago um mísero dinheiro
para um zelador e nós da classe dos transportes. Isso é tão verdade que
peço que verifiquem com esses que citei acima e eles confirmarão o que
estou denunciando”, declara Ivo.
Nossa reportagem tentou contato com o Sr. Joaquim dos Santos, mas não tivemos êxito.
Fonte: RG 15/O Impacto