segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CHEGANDO PERTO?

DILMA ROUSSEFF É CITADA EM AÇÃO CONTRA A PETROBRAS NOS EUA



Ela foi listada por ter assinado prospectos que basearam emissões da estatal
A ação coletiva impetrada contra a Petrobras nos Estados Unidos pela cidade de Providence, capital do estado de Rhode Island, cita a presidente Dilma Rousseff, além de outras 11 autoridades do setor público e privado, na condição de "pessoas de interesse". A informação foi publicada neste sábado pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Na lista estão ainda ex-integrantes do conselho de administração da estatal e autoridades - o empresário Jorge Gerdau; o presidente do Grupo Abril, Fábio Barbosa; e o ministro da Fazenda Guido Mantega; o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli; o presidente do BNDES Luciano Coutinho; a ministra do Planejamento, Miriam Belchior; os ex-ministros das Minas e Energia Silas Rondeau e Márcio Zimmermann; o ex-presidente do TCU Sérgio Quintella; além do general Francisco Roberto de Albuquerque e de Marcos Antonio Menezes, do Instituto Brasileiro de Petróleo.
O jornal explica que ser citado não significa ser réu. Foram citados porque assinaram prospectos que serviram de base para a emissão de títulos da dívida e ADS (American Depositary Share). No desenvolvimento do processo, os citados poderão ser chamadas a depor e, caso a investigação apresente fatos que justifiquem a mudança, podem ser transformados em réus.
O advogado americano James Munisteri afirma que a inclusão entre os réus só ocorre se ficar provado que elas sabiam que as informações do prospectos eram falsas ou agiram com grave negligência, como assinar documentos sem ler direito. Na avaliação dele, a inclusão de autoridades pode ser "estratégia de pressão para forçar um acordo". De acordo com reportagem, Munisteri acredita que as indenizações poderão ser tão altas quanto as aplicadas no caso Enron e Wordcom.
Michael Stocker, sócio do escritório Labaton Sucharow, responsável pela ação, afirmou que não há planos de transformar "pessoas de interesse" em réus e que é ainda muito cedo para dizer se elas serão chamadas a depor. Segundo ele, a única certeza é que as multas a serem aplicadas serão de "centenas de milhões de dólares".
Entre os réus estão a presidente da Petrobras, Graça Foster, e um ex-integrante do conselho de administração, Josué Gomes da Silva, presidente da Coteminase filho do ex-vice-presidente José Alencar.
O valor das ações da Petrobras despencou 6% na sexta-feira depois do anúncio da ação coletiva, impetrada na véspera de Natal no Tribunal Distrital de Nova York . Os advogados argumentam que investidores adquiriram papéis da Petrobras com preços inflados porque a companhia firmou contratos superfaturados à base de propina.
O processo, de número 14 CV 10117, há a acusação de a Petrobras ter contabilizado as propinas reveladas na operação Lava-Jato como custos relacionadas à construção e instalação de sua infraestrutura e os registrou como parte do valor dos seus ativos. Diferentemente das outras ações coletivas impetradas contra a companhia nos EUA, no processo, Providence também quer ser ressarcida pelo prejuízo com os títulos de renda fixa lastreados em dívida da Petrobras.
Por isso o processo também acusa a Petrobras International Finance Company (PIFCo) e a Petrobras Global Finance B.V. (PGF), subsidiárias da estatal brasileira baseadas respectivamente em Luxemburgo e em Roterdã, na Holanda, envolvidas na emissão de títulos da empresa.
A ação menciona, por exemplo, que PifCo vendeu US$ 7 bilhões em títulos em fevereiro de 2012 e que a PGF ofereceu US$ 19,5 bilhões em notas em maio de 2013 e em março de 2014. Ao todo, a petrolífera levantou US$ 98 bilhões no mercado internacional, acusa a cidade de Providence.
Por: O Globo