A crise da Petrobras coloca em
segundo plano a tentativa do PT e do governo de fazer uma reforma
política. De acordo com analistas, o governo não dá sinais de que terá
força suficiente para conduzir no Congresso uma negociação delicada que
afeta diretamente dois dos principais partidos da base: PMDB e PP.
O PT aposta na mobilização popular. A
coordenação petista da “Campanha pela Reforma Política” criou um
cronograma de atividades de fevereiro até junho, quando quer encaminhar a
proposta ao Congresso. Contudo, o PT terá que concentrar os esforços no
apoio a Dilma devido à crise. Dificilmente a pauta entrará em campo no
primeiro semestre do ano que vem. “O momento não é favorável ao governo.
Isso ficou claro na votação da alteração do cálculo do superavit
primário onde a presidente Dilma teve que barganhar. Não vejo como o
governo conseguirá levar a frente proposta que mexe com tantos
interesses no Congresso”, diz o cientista político e pesquisador da UFRJ
Sandro Corrêa.
O primeiro desafio petista é a
manutenção do comando da Câmara. O PT lançou o deputado Arlindo
Chinaglia (SP) para a disputa. Na semana passada, o presidente do PT Rui
Falcão disse que o partido “não vai abdicar” de ter um nome na disputa
contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se lançou oficialmente na
disputa.