Comunitários acusam prefeitura de forçar acordo
Durante reunião, comunitários acusaram a Procuradoria Jurídica do Município

Durante
 a reunião, dezenas de comunitários acusaram a Procuradoria Jurídica do 
Município de Santarém de forçar um acordo com os quilombolas
Uma reunião que aconteceu no sábado, 06,
 no bairro Área Verde, em Santarém, marcou mais um capítulo na questão 
de propriedade de terras entre famílias tradicionais da Grande Área do 
Maicá e membros da Associação de Moradores Remanescentes do Quilombo de 
Arapemã Residentes no Maicá (AMRQARM).
Durante a reunião, dezenas de 
comunitários acusaram a Procuradoria Jurídica do Município de Santarém 
de forçar um acordo com os quilombolas.
A Assembléia Geral Extraordinária teve 
como proposta deliberar sobre um acordo entre a Prefeitura de Santarém, o
 Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a 
Associação de Remanescentes do Quilombo Arapemã, conhecido como 
“Quilombo do Canhão”.
Em meio ao debate, a proposta de acordo 
foi aceita pelo Procurador Jurídico do Município, José Maria 
Ferreira Lima, que em audiência na Justiça Federal ignorou o clamor das 
Associações dos Bairros Área Verde e Pérola do Maicá, diretamente 
atingidos com a criação do Quilombo do Canhão, assim como de outras 
lideranças e moradores da Grande Área do Maicá, que indicaram as fraudes
 cometidas pelo “Quilombo do Canhão”.
Por outro lado, o acordo foi rejeitado 
por unanimidade por cerca de 230 comunitários. Eles reclamaram que a 
Assembléia mesmo tendo sido realizada a pedido da Prefeitura, nenhum 
representante do Governo Von compareceu ao debate.
Já em Assembléia ocorrida no dia 30 de 
novembro último, no bairro Pérola do Maicá, o Procurador Jurídico 
afirmou que a Prefeitura propôs o acordo com o “Quilombo do Canhão”, 
porque este anteriormente queria uma área de 275 hectares e com o acordo
 a área seria reduzida para 2,225 hectares.
Já os moradores da Grande Área do Maicá 
acusam a Prefeitura de tentar o acordo com a entidade quilombola devido a
 pressão que vem sofrendo, por conta de empresários que querem construir
 um porto na área, mais que estão impossibilitado devido o terreno está 
em litígio.
Diante da afirmação do procurador José 
Maria, membros de duas famílias, que tinham se declarado quilombolas e 
disseram que chegaram a pensar que suas áreas iriam ser regularizadas em
 seus respectivos nomes procuraram o advogado que defende a causa dos 
comunitários e solicitaram que seus lotes fossem excluídos do processo. 
Os comunitários reivindicaram, também, que o advogado providenciasse que
 as duas famílias fossem desligadas da associação quilombola, que 
segundo os moradores presentes na Assembléia, se consolida como uma 
entidade fraudulenta.
APA: A Assembléia 
Extraordinária da Associação dos Moradores do Bairro Pérola do Maicá, 
realizada no final do mês de novembro, sob comando do presidente Ronaldo
 Costa, e contando ainda com a presença de diversas outras lideranças da
 Grande Área do Maicá, entre os quais o Presidente da Associação dos 
Moradores da Área Verde, Floriano Franco; Associação dos Moradores do 
Bairro Jaderlandia, Adilson Matos; Associação dos Moradores do Maicá, 
Ivanilda; Centro Comunitário do Jutaí, Abelardo; Conselho de Pesca de 
Santarém, Domingos; e a ABMEPA representada pelo seu presidente, Pastor 
Raimundo, discutiu e aprovou importantes encaminhamentos. Um dos temas 
aprovados foi a proposta de criação da APA (Área de Preservação 
Ambiental), com o nome de Bosque João Bianor, em homenagem a um grande 
morador que reservou sua área praticamente intacta e que em virtude do 
medo de perdê-la para os “quilombolas” se desfez do imóvel pouco antes 
de sua morte. A Assembléia se manifestou totalmente favorável 
principalmente porque já estão praticamente extintas as áreas 
preservadas em Santarém.