DESPREPARO DE HELDER NA PESCA É ALVO DE CRÍTICAS
“Veja” alerta que ministro foi alçado ao cargo pelo pai, Jader

Esta questão é destacada na edição
desta semana da revista “Veja”, que analisa o primeiro escalão
ministerial, fazendo uma radiografia do perfil de políticos como o de
Helder Barbalho (PMDB-PA), alçado ao cargo de ministro da Pesca e
Aquicultura pela articulação do pai, Jader Barbalho, junto à presidente
Dilma - situação que provocou um racha no partido e deixou irritado o
líder nacional do PMDB, o senador Renan Calheiros.
A reportagem da jornalista Mariana
Barros destaca que o ministério agora é integrado por políticos que
haviam submergido especialmente depois de se envolverem em escândalos de
corrupção, como no caso do senador Jader Barbalho, que responde a
processo por desvios milionários dos cofres da Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Helder Barbalho, aponta a
reportagem, chegou ao governo de Dilma como “candidato derrotado ao
governo do Pará, alçado ao cargo pela força do pai, o notório Jader
Barbalho, obrigado a renunciar ao mandato de senador depois de uma
enxurrada de denúncias - incluindo desvio de dinheiro público para o
ranário de sua ex-mulher”.
Mais adiante, pontua, “o PMDB,
partido de Barbalhinho, já fez saber que não tem nada a ver com a
indicação”. Lideranças nacionais do PMDB não compactuam com a indicação
de Helder para o Ministério da Pesca, mas a presidente Dilma, que não
teria habilidade para muito diálogo, “gosta de deixar claro que quem
manda é ela”.
De acordo com a matéria de “Veja”,
poucos dias depois do começo do novo mandato de Dilma, seu ministério
mostrou ter divergências; que os indicados, a exemplo de Helder
Barbalho, não têm apoio nem prestígio de seus partidos e que pouco
entendem das pastas para as quais foram indicados.
A revista analisa que Dilma
desagradou de uma só vez seus aliados, a esquerda e a direita ao indicar
- com exceção do ministro da Fazenda, Joaquim Levy - nomes de gente
notável mais por fatos que gostaria de ver esquecidos do que “pela
excelência reconhecida em suas áreas”. Inclusive, esse pessoal, na
semana passada, se engalfinhou em uma sequência de desentendimentos
públicos que mostram que, no ministério, quase ninguém tem “grande
talento individual” e que, trabalhando em conjunto, podem produzir
“resultado ainda pior”.
Articulista - Na mesma edição da
“Veja”, o jornalista J. R. Guzzo faz uma análise sobre as nomeações de
Dilma, que indicou para os ministérios um time formado por uma gama de
corruptos, a exemplo do filho de Jader Barbalho.
“Quando a polícia estourar a próxima
central de roubalheira de seu governo, [ela] dirá que ficou
‘estarrecida’ - e continuará convicta de que não tem culpa de nada. Ao
permitir a entrada franca do crime organizado em seu ministério, Dilma,
mais uma vez, torna muito difícil a posição de quem se esforça para ter
alguma simpatia por ela”, diz Guzzo.
“Dilma começou seu segundo governo
com mais uma exibição de sua estranha habilidade em escolher, entre
todas as opções possíveis, sempre aquela que é a pior”, escreve J. R.
Guzzo, ao pontuar que a presidente “nomeou os piores que encontrou à
disposição no momento, mais uma prodigiosa manada de nulidades”.
Comenta ainda que a petista “se
irrita quando os fatos indicam que o Brasil é um país vira-lata - mas
como governante ela insiste em fazer tudo o que pode para garantir que
continuemos exatamente assim. Sua última contribuição é esse
ministério”, onde aparecem personagens como Helder Barbalho para o
Ministério da Pesca, porém “nem Dilma acredita nisso; o ministro é Jader
mesmo, ex-presidiário por denúncia de corrupção e gigante na história
da treva política nacional”.
Folha - Desde o anúncio do nome de
Helder Barbalho para a pasta da Pesca, são recorrentes na imprensa
nacional críticas à indicação de Dilma por influência de Jader Barbalho,
peemedebista conhecido por vários processos na Justiça. Na edição do
dia 28 de dezembro de 2014, do jornal “Folha de S. Paulo”, o jornalista
Bernardo Mello Franco, no editorial “Sobre rãs e jacarés”, na sessão de
Opinião, fala sobre a reabilitação de políticos corruptos na atual
gestão de Dilma.
Ele lembra que Jader foi retirado
“das profundezas” do esquecimento para negociar o apoio do PMDB do Pará
ao governo do PT, em troca do que garantiu a escolha de Helder para o
Ministério da Pesca, na qual, sem o devido conhecimento, “vai comandar a
distribuição de verbas federais para a criação de peixes, crustáceos,
moluscos, rãs e jacarés”.
Parece uma ironia do destino? Bem,
“no escândalo da Sudam, que se arrasta até hoje no Supremo Tribunal
Federal, o senador foi associado ao desvio de recursos liberados para um
ranário mantido por sua ex-mulher em Belém”. Na análise de Franco, a
nomeação de Helder para a pasta da Pesca tem a função de dar emprego a
candidatos derrotados nas eleições do ano passado.
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