Jatene manda bandidos de Belém para Santarém
Chegada dos perigosos bandidos à Seccional de Santarém
Um grupo de 14 detentos que foram
transferidos no dia 28 de fevereiro último, do Centro de Recuperação
Penitenciário do Pará I (CRPP I), de Santa Isabel do Pará, após uma
rebelião, continuam custodiados na antiga Central de Presos Provisórios
da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), em
Santarém. A presença dos presos considerados de alta periculosidade
preocupa a população local.
Os oito pavilhões do CRPP I, o mais
antigo do Estado, em Santa Isabel, foram dominados pelos 1.100 internos,
por volta de 6h do dia 28 de fevereiro. A rebelião começou na entrega
do café da manhã e, segundo a Susipe, foi controlada às 13h30, com a
libertação dos três servidores feitos reféns, incluindo o vice-diretor
do presídio identificado apenas como Gedalias. As reivindicações são
agilidade no julgamento de processos na Justiça, melhorias nas condições
de saúde e ações quanto à superlotação do espaço.
Antes disso, a situação ficou tensa por
diversos momentos. Tiros chegaram a ser ouvidos do lado de fora, por
volta 9h30. Por duas vezes, um grupo de 30 familiares de detentos
bloqueou a rodovia BR-316, em frente ao Complexo Penitenciário de Santa
Isabel, no sentido do interior do Estado. Eles queimaram pneus e atearam
fogo em aparelhos eletrodomésticos, chegando inclusive a sentarem na
via. O Corpo de Bombeiros foi acionado, após a liberação da pista
negociada pelo Batalhão de Policiamento Penitenciário, comandado pelo
tenente-coronel PM, Cavalcante.
Após a rebelião, os principais
envolvidos foram transferidos para Santarém. Segundo o comandante do 3°
Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel André Carlos Oliveira, os
presos são suspeitos de serem os líderes do motim que ocorreu nas
penitenciárias da grande Belém no final da semana.
O comandante André Carlos explicou que a
segurança foi reforçada na Seccional para evitar qualquer incidente.
“Aumentamos o efetivo com um número considerável de policiais, com
equipamento adequado para atender surpresa que venha ocorrer. Além
disso, policiais também estão de prontidão para ser chamados para
qualquer eventualidade”, ressalta.
Os presos aguardam decisão do processo
que está em andamento para, em seguida, serem encaminhados para um
presídio federal. “Eles deram um prazo de uma semana e estamos tentando
agilizar o máximo possível para encaminhá-los ao um presídio”, finaliza
Oliveira.
A Secretaria de Segurança Pública do
Pará cientificou que os motins ocorridos em quatro casas penais da
Região Metropolitana – Complexos Penitenciários de Marituba e Santa
Isabel (CRPP I e II) e Presídios Estaduais Metropolitanos I e III –
foram contidos e, com a intervenção da tropa especializada da Polícia
Militar, apoiada por homens da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros.
Um dos detentos amotinados em Marituba
foi ferido durante o enfrentamento com a PM, porém, mesmo socorrido e
encaminhado ao Hospital Metropolitano, ele não resistiu aos ferimentos.
Em Santa Izabel, a ação foi contundente e precisa. A tropa de choque
retomou o controle dos CRPPs I e II, utilizando equipamento não letal,
sem registro nenhum de óbito. Infelizmente, uma das unidades prisionais
foi totalmente destruída pelos cerca de 1.100 detentos rebelados.
O governo do Estado determinou a
conclusão, em regime de urgência, de mais duas unidades prisionais
localizadas na mesma área do Complexo Penitenciário de Santa Izabel,
para realocar os quase 600 presos do CRPP I, que foi destruído durante o
motim do último fim de semana. A Segup reforça que a depredação das
instalações prisionais prejudica os próprios detentos e onera o
orçamento do setor penitenciário. A Polícia Civil vai investigar a ação
dos internos para apurar responsabilidades.
A Segup reitera que não vai tolerar
distúrbios de quaisquer ordem nas unidades prisionais, agindo sempre com
rigor, em conformidade com a lei e em defesa da sociedade paraense.
Para isso, a PM reforçou o policiamento
ostensivo na Região Metropolitana de Belém com 1.000 homens.
Paralelamente, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado investigará
os casos de incêndio a ônibus ocorridos no último fim de semana.