sexta-feira, 6 de março de 2015

Não basta os que tem aqui...

Jatene manda bandidos de Belém para Santarém

Chegada dos perigosos bandidos à Seccional de Santarém



Vereadora Ana Elvira disse que Jatene transformou Santarém em abrigo de bandidos
Vereadora Ana Elvira disse que Jatene transformou Santarém em abrigo de bandidos
Um grupo de 14 detentos que foram transferidos no dia 28 de fevereiro último, do Centro de Recuperação Penitenciário do Pará I (CRPP I), de Santa Isabel do Pará, após uma rebelião, continuam custodiados na antiga Central de Presos Provisórios da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), em Santarém. A presença dos presos considerados de alta periculosidade preocupa a população local.
Os oito pavilhões do CRPP I, o mais antigo do Estado, em Santa Isabel, foram dominados pelos 1.100 internos, por volta de 6h do dia 28 de fevereiro. A rebelião começou na entrega do café da manhã e, segundo a Susipe, foi controlada às 13h30, com a libertação dos três servidores feitos reféns, incluindo o vice-diretor do presídio identificado apenas como Gedalias. As reivindicações são agilidade no julgamento de processos na Justiça, melhorias nas condições de saúde e ações quanto à superlotação do espaço.
Antes disso, a situação ficou tensa por diversos momentos. Tiros chegaram a ser ouvidos do lado de fora, por volta 9h30. Por duas vezes, um grupo de 30 familiares de detentos bloqueou a rodovia BR-316, em frente ao Complexo Penitenciário de Santa Isabel, no sentido do interior do Estado. Eles queimaram pneus e atearam fogo em aparelhos eletrodomésticos, chegando inclusive a sentarem na via. O Corpo de Bombeiros foi acionado, após a liberação da pista negociada pelo Batalhão de Policiamento Penitenciário, comandado pelo tenente-coronel PM, Cavalcante.
Após a rebelião, os principais envolvidos foram transferidos para Santarém. Segundo o comandante do 3° Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel André Carlos Oliveira, os presos são suspeitos de serem os líderes do motim que ocorreu nas penitenciárias da grande Belém no final da semana.
O comandante André Carlos explicou que a segurança foi reforçada na Seccional para evitar qualquer incidente. “Aumentamos o efetivo com um número considerável de policiais, com equipamento adequado para atender surpresa que venha ocorrer. Além disso, policiais também estão de prontidão para ser chamados para qualquer eventualidade”, ressalta.
Os presos aguardam decisão do processo que está em andamento para, em seguida, serem encaminhados para um presídio federal. “Eles deram um prazo de uma semana e estamos tentando agilizar o máximo possível para encaminhá-los ao um presídio”, finaliza Oliveira.
A Secretaria de Segurança Pública do Pará cientificou que os motins ocorridos em quatro casas penais da Região Metropolitana – Complexos Penitenciários de Marituba e Santa Isabel (CRPP I e II) e Presídios Estaduais Metropolitanos I e III – foram contidos e, com a intervenção da tropa especializada da Polícia Militar, apoiada por homens da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros.
Um dos detentos amotinados em Marituba foi ferido durante o enfrentamento com a PM, porém, mesmo socorrido e encaminhado ao Hospital Metropolitano, ele não resistiu aos ferimentos. Em Santa Izabel, a ação foi contundente e precisa. A tropa de choque retomou o controle dos CRPPs I e II, utilizando equipamento não letal, sem registro nenhum de óbito. Infelizmente, uma das unidades prisionais foi totalmente destruída pelos cerca de 1.100 detentos rebelados.
O governo do Estado determinou a conclusão, em regime de urgência, de mais duas unidades prisionais localizadas na mesma área do Complexo Penitenciário de Santa Izabel, para realocar os quase 600 presos do CRPP I, que foi destruído durante o motim do último fim de semana. A Segup reforça que a depredação das instalações prisionais prejudica os próprios detentos e onera o orçamento do setor penitenciário. A Polícia Civil vai investigar a ação dos internos para apurar responsabilidades.
A Segup reitera que não vai tolerar distúrbios de quaisquer ordem nas unidades prisionais, agindo sempre com rigor, em conformidade com a lei e em defesa da sociedade paraense.
Para isso, a PM reforçou o policiamento ostensivo na Região Metropolitana de Belém com 1.000 homens. Paralelamente, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado investigará os casos de incêndio a ônibus ocorridos no último fim de semana.