Ônibus desvia de areia e entra na contra-mão da pista
Quem sai de Santarém com destino a praia
de Alter do Chão, no Oeste do Pará, constata o abandono da rodovia
estadual Everaldo Martins, que dá acesso a um dos principais balneários
do Brasil. Moradores e turistas denunciam que atualmente Alter do Chão
passa por sérios problemas de acesso e infraestrutura, ocasionados pela
má gestão do Governo do Pará e pela falta de apoio da prefeitura de
Santarém.
Segundo os comunitários, há algum tempo,
a Estrada de Alter do Chão não recebe manutenção, há buracos em seu
leito e o mato toma conta das laterais, começando a adentrar na pista de
rolamento, sem contar a falta de podagem das árvores, onde de vez em
quando uma delas tomba para o leito da rodovia, causando riscos de
acidentes. Outro perigo é relacionado ao acúmulo de areia das chuvas que
ficam no leito da Rodovia e causam perigo aos motoristas, que em alguns
trechos precisam desviar dos montes de areia e entram na contra-mão da
pista. O caso é sério e deve ser recuperado com urgência pelo poder
público.
Cansados de acompanhar diariamente tanto
descaso, os moradores pedem ao governo estadual que olhe com carinho
para a situação da rodovia de acesso a Alter do Chão. Eles apontam que
com as chuvas fortes e a falta de manutenção, o perigo é constante,
principalmente nas curvas, onde estão abrindo inúmeros buracos.
A preocupação dos moradores fica em
relação aos riscos de acidentes na rodovia de acesso ao balneário, uma
vez que principalmente nos fins de semana, a estrada é muito utilizada
por pessoas de Santarém e de várias partes do Brasil e do mundo, as
quais deve ser dada total segurança.
Além dos problemas na estrada, donos de
hotéis e pousadas reclamam que nos dias de chuva, em Alter, o pânico é
geral tanto no centro da Vila quanto em ruas sem asfalto, onde hotéis
são invadidos pela lama. “Reclamar para quem? Ah tá, nossa vocação é
turismo. Na lama? Esgoto desaguando na Ilha do Amor? Ruas intrafegáveis
no centro da Vila?”, questiona um empresário.
Na questão da baixa temporada, de acordo
com os donos de hotéis, o turismo em Santarém e na região baseia-se
principalmente nos atrativos naturais que constituem o maior patrimônio
turístico e, em seguida vem os atrativos culturais. “Então, os atrativos
naturais e belezas naturais continuam aí. Apenas a maneira de olhar
essas belezas é que precisa mudar. O período de chuva não precisa ser de
baixa temporada, desde que numa sinergia de forças tanto do Governo
quanto da iniciativa privada, eles estejam atentos a isso”, adverte uma
empresária do ramo hoteleiro.
Ela observa que ter produtos e atrativos
turísticos formatados e ter empresas turísticas somente não são
suficientes para Alter do Chão, sem que haja um esforço do Governo do
Pará do governo municipal, para que os turistas possam ter acesso com
segurança ao balneário. “É preciso investir na acessibilidade a quem
deseja visitá-lo. Temos o principal acesso, onde o turista utiliza mais,
que é através do aeroporto maestro Wilson Fonseca, mas recebemos
turistas via terrestre e fluvial também. Então, a Estrada de Alter do
Chão precisa estar trafegável e bem sinalizada. Há um fluxo de pedestres
muito grande. A gente observa que os ônibus quase nunca conseguem parar
nos pontos, mas no meio da pista. Então, é um complicador e temos que
ter cuidado. É preciso que se olhe com mais carinho para essa estrada,
por se tratar de uma rodovia estadual. A Estrada está abandonada e
precisa de encostamento para que os moradores das vilas do entorno,
possam ter um pouco mais de segurança, até porque algumas vidas de
santarenos já foram ceifadas. Mas qualquer hora dessas pode ser um
turista!”, avisa a empresária.
ESTRADAS VICINAIS DE SANTARÉM TAMBÉM ABANDONADAS:
Problemas relacionados à infraestrutura de ruas e estradas continuam
causando transtornos para quem mora na zona urbana ou no interior de
Santarém. Lama, barro e muitos buracos. Ingredientes que favorecem a
ocorrência de acidentes. Este é o retrato deplorável das estradas
vicinais de Santarém.
Diante do problema, o agricultor João
Luís Leite, morador da Comunidade de Santarém-Miri informou que a
manutenção da principal estrada que liga a zona urbana da cidade à
comunidade que deveria ser feita constantemente, há vários meses não é
realizada.
João Luís, que esteve em Santarém, disse
que a falta de manutenção tem provocado transtornos principalmente aos
produtores, mas, o trecho é de responsabilidade do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e também da Prefeitura de
Santarém.
Segundo ele, a manutenção é necessária
porque a estrada virou a principal rota para quem vai para Santa Maria
do Uruará e região da Transamazônica.
João revela que políticos e apadrinhados
do mandatário possuem propriedades nestas regiões. Mesmo assim há meses
a estrada não tem manutenção. “Em vários pontos da estrada é
praticamente impossível transitar. Até mesmo com veículos menores, como
moto, é difícil”, afirma Leite.
De acordo com ele, o abandono prejudica
quem precisa fazer uso desta estrada para chegar à sua propriedade, para
passear ou vir à Santarém fazer compras. “Por lá só mesmo montado a
cavalo, ou nas costas de outro animal. A população se vira como pode.
Tentam tapar os buracos com paus e pedras. Um trabalho penoso e
praticamente inútil”, conta Leite.
Por: Manoel Cardoso