Casamento coletivo abre parada gay em frente ao Congresso
Este é o 1º casamento coletivo para pessoas do mesmo sexo na capital do Distrito Federal
Um casamento coletivo abriu a 18ª Parada
do Orgulho LGBTs de Brasília em frente ao Congresso Nacional na tarde
de domingo (28). Ao todo, nove casais do sexo feminino e um do masculino
selaram as uniões no primeiro evento do tipo para pessoas do mesmo sexo
realizado na capital. A Polícia Militar estima que mil pessoas
acompanharam o casamento.
Os participantes da cerimônia são casais
de baixa renda que procuraram a organização da parada. “A gente deu
todo o apoio agregando várias empresas para a doação de vestidos,
buquês, aluguel dos ternos e tudo o mais. Eles têm o mais completo
direito de ser feliz”, disse o coordenador do evento, Francisco Biondo.
O casamento coletivo conta também com o apoio da Embaixada da
Bélgica, que promoveu uma recepção aos casais na sexta-feira (26). O
embaixador belga no Brasil, Jozef Smets, é casado com Cristophe
Degraeuwe há 13 anos. Ambos foram padrinhos dos recém-casados.
“Gosto muito do lugar aqui, é um
casamento muito simbólico em frente ao Congresso, em um ambiente, em
geral, positivo. É muito forte para todas as comunidades do mundo”,
disse Smets. “A Bélgica foi o segundo país do mundo a legalizar o
casamento gay e, assim como os Países Baixos e Luxemburgo, constituímos
um grupo de países que trabalham juntos em vários setores, e também
nesse sentido [direitos dos homossexuais]. O primeiro-ministro de
Luxemburgo, inclusive, se casou há algumas semanas com o seu
companheiro.”
‘Grande passo’
Ana Flávia Teixeira e Mariléia da Rocha estão juntas há sete anos e chegaram a fazer um casamento simbólico em uma cachoeira de Pirenópolis, em Goiás, durante uma viagem. Para o casal, agora unido no papel, o casamento representa uma nova fase. “Ainda temos muitas coisas para conquistar, mas vamos continuar lutando, vamos continuar avançando”, falou Ana Flávia.
Ana Flávia Teixeira e Mariléia da Rocha estão juntas há sete anos e chegaram a fazer um casamento simbólico em uma cachoeira de Pirenópolis, em Goiás, durante uma viagem. Para o casal, agora unido no papel, o casamento representa uma nova fase. “Ainda temos muitas coisas para conquistar, mas vamos continuar lutando, vamos continuar avançando”, falou Ana Flávia.
Para Mariléia, poder se casar em frente
ao Congresso é um marco histórico. “Nossas conquistas são realmente
passo a passo. Nenhuma revolução, nenhuma guerra, nenhuma paz é
conquistada de uma hora para outra. Tudo são passos e hoje, estar
casando em frente ao Congresso, é um grande passo.”
“Nós temos problemas como todo casal,
como todo casal hétero. Na verdade o que a gente pensa e quer é a
construção familiar. As pessoas pensam que casal homossexual é
promíscuo, é promiscuidade, e a gente está aqui para provar que não, não
somos promíscuas, queremos ter famílias, queremos construir, questões
que todos os casais querem, independente da sexualidade. O que a gente
faz entre quadro paredes só nós interessa, não interessa a mais
ninguém”, disse Mariléia.
A drag queen Baby de Brasília também
considerou a iniciativa um “avanço”. “É fantástico. O casamento é
fantástico porque, pela primeira vez, a gente tem um ato coletivo de
união. É muito representativo na capital porque a gente nunca teve esse
ato, e por isso ele simboliza avanços que a gente não tem”, diz.
Ana Luísa Magalhães foi madrinha de um
dos casamentos. “Sou amiga de uma das moças que casou e fui convidada
para participar da cerimônia e ser testemunha. Nunca havia ido a um
casamento assim”, disse.
Fonte: G1/Brasília