Editorial - Estadão
Dilma
Rousseff parece que não está realmente entendendo nada: 7 em cada 10
brasileiros (71%) reprovam sua atuação como presidente da República; 2
em cada 3 (66%) apoiam a abertura de um processo de impeachment; no
próximo domingo prevê-se que uma multidão de proporções inéditas sairá
às ruas em todo o País para ilustrar com o peso de sua indignação o que
contam as pesquisas de opinião. E Dilma faz uma reunião dominical de
emergência no Alvorada com o vice-presidente Michel Temer, 13 ministros e
líderes do PT para tratar da crise política e discutir medidas para
minimizar o impacto das manifestações. Ao final, uma importante decisão
foi anunciada: Dilma vai dialogar, dialogar muito, para superar a crise.
Para resolver o problema da desintegração da base de apoio parlamentar,
agendará encontros em palácio com os presidentes e principais
lideranças dos partidos “aliados”. Para mostrar que não está sitiada
pelos manifestantes antigoverno, chamará para conversar dirigentes de
entidades e organizações sociais identificadas com “causas populares”.
Tarde piaste, como se dizia antigamente.