segunda-feira, 21 de março de 2016

Por impeachment, PSDB se aproxima de Temer

Da reeleição ao pedido de impeachment, veja cronologia da crise política.

Desde a carta que o vice-presidente Michel Temer enviou à presidente Dilma Rousseff na qual relata episódios de "absoluta desconfiança" que sempre existiu em relação a ele e ao PMDB por parte da petista, as coisas não cheiram bem para os dois lados. O peemedebista alega que passou os quatro primeiros anos do governo como "vice decorativo" e que foi "menosprezado". Mais cedo, nesta segunda, Dilma havia dito que "Não tem por que desconfiar dele um milímetro" .
Longe dos refletores, intensificaram-se nos últimos dias os contatos do PSDB com o vice-presidente da República Michel Temer. Em conversas realizadas abaixo da linha d’água, o tucanato tenta pavimentar com o substituto constitucional de Dilma o caminho que leva ao impeachment.
Avalia-se que, para chegar aos 342 votos necessários à aprovação do impedimento da presidente no plenário da Câmara, falta apenas a garantia de que o PMDB de Temer fala sério quando diz que romperá com o governo na reunião do diretório convocada para 29 de março.
Os tucanos se achegaram a Temer antes que Lula tivesse a oportunidade de deflagrar a operação ‘fica, PMDB’. Fazem isso porque atingiram uma rara unidade interna. Estavam divididos.
Aécio preferia que Dilma fosse cassada pelo TSE, com a consequente convocação de nova eleição. Serra, com um pé no ministério do hipotético governo Temer, torcia pelo afastamento via Congresso. E Alckmin desejava manter a presidente petista sangrando no cargo até 2018.
O agravamento da crise empurrou a cúpula do PSDB para uma unidade a favor do impeachment, agora visto como melhor alternativa também por Fernando Henrique Cardoso. Há um consenso também em relação à inevitabilidade de participação num eventual governo de transição comandado por Temer.
Fonte: Folha