O eterno candidato a prefeito Márcio Pinto critica forma como Alexandre governa o Município (GRIFO MEU)
Professor Márcio Pinto faz duras críticas à forma como Alexandre Von governa o Município
“O eleitor deve ser o protagonista na
resolução dos problemas. Porque nós não queremos criar a idéia do super
herói ou do salvador da pátria, que vai assumir o Executivo municipal e
irá salvar o município de Santarém. Nós queremos uma administração com
intensa participação popular, onde a coisa pública seja realmente
pública, sem subterfúgios para uso particular”, assim se expressou o
professor Márcio Pinto, em entrevista exclusiva ao Jornal O Impacto,
onde expôs sua opinião sobre processo democrático e a eleição municipal
2016, na condição de pré-candidato ao Executivo municipal pelo Partido
Socialismo e Liberdade (PSOL).
Para Márcio Pinto, a bandeira do PSOL é
uma nova forma de fazer política, uma vez que o modelo que está posto é
um modelo falido, cujo resultado é esse enorme escândalo que os
brasileiros estão acompanhando diariamente nos noticiários. “Uma
campanha sem grandes recursos, de cunho ideológico, onde defendemos
propostas que vem da realidade da população”, diz.
Educador e sindicalista, Márcio deverá
pela terceira vez concorrer para prefeito de Santarém. Após intensa
campanha em 2012, ele acompanhou de perto as promessas de campanha do
então candidato Alexandre Von, e diz que o Prefeito eleito, preste a
completar o mandato, deve explicações à população santarena.
“Eu penso que a atual gestão do prefeito
Alexandre Von deve muitas explicações para a população. Começo por um
ponto que eu considero primordial, que foi a não realização de concurso
público, ou seja, o Município segue com contingente gigantesco de
pessoas que estão ocupando função pública, e que isso acaba sendo um
canal muito propício para manutenção de modelos que são altamente
questionáveis. Por exemplo, que critérios você usa para contratar? A
gente sabe que historicamente dentro dos modelos que estão impostos, e
que a gente condena partidariamente enquanto PSOL, as contratações se
dão muito pelo viés do interesse, por viés eleitoreiro. Dizem: ‘Se você
está comigo eu te garanto uma vaga, mas, tu tens que está comigo, tua
família tem que votar comigo, ou ainda, eu tenho que ganhar a eleição se
você quiser permanecer’. Então, já começa por aí. Porque o governo fez
uma campanha com a bandeira da moralização e da impessoalidade, e
administração pública tem que ser impessoal, e tu só consegue isso com
concurso, porque o concurso é aberto para todos. Todos terão as mesmas
chances, seja o filho do empresário, seja o filho do trabalhador, todos
concorrem uma vaga em igualdades de condições, e irão assumir o
Município por estarem melhores qualificados para assumir sua função.
Então, o prefeito Alexandre Von está encerrando a sua gestão, sem
concurso público. Faz dois anos que participei de um programa de rádio,
juntamente com a Secretária de Educação, e eu perguntei para ela quantos
servidores temporários haviam na educação, e só ali, naquele ano, ela
me dizia que estaria em torno de sessenta por cento. Na época já era um
problema, porque se de um lado você fere esse campo da impessoalidade,
porque a administração deveria ser impessoal, ou seja, os funcionários
não podem estar a serviço do Prefeito, eles tem que está a serviço da
municipalidade, porque os prefeitos passam. Então, esse tipo de prática
inviabiliza um pouco isso. A gestão tem que prestar conta disso, porque
não realizou concurso público, porque manteve este mesmo modelo
pernicioso do ponto de vista do fortalecimento administração pública, e
consequentemente da melhoria da prestação do serviço público”, afirma
Márcio Pinto.
Como professor, Márcio acompanha de
perto a realidade das escolas, e faz um diagnóstico: “Eu penso que na
educação também houve uma queda, isso de modo geral, pois eu estou
dentro da escola. A gente ouve os alunos reclamando, especialmente em
relação à merenda escolar. A merenda é um problema sério, ouve uma queda
significativa na avaliação dos próprios alunos”. Já em termos da Área
da saúde, acrescenta: “Na saúde não foi concretizado o trabalho de
descentralização. Os pacientes continuam sendo mal atendidos nas
unidades básicas, e acabam centralizando no Pronto Socorro Municipal e
Hospital Municipal. É muito grande a desvalorização de pessoal, cito a
exemplo, os salários dos enfermeiros, ainda que desenvolvam um serviço
fundamental, e por conta disso, temos além da péssima remuneração, uma
sobrecarga de trabalho dentro do PSM e HMS, que acaba gerando muito
estresse, não só por parte de quem procura atendimento, como dos
próprios servidores pela sobrecarga de trabalho, pelo excesso de
trabalho, nem sempre garantem o atendimento como deveriam ser”, explica.
De acordo com Márcio Pinto, muitas
questões não tiveram a devida atenção por parte de Alexandre Von, como
por exemplo, o caso Buriti e do Lago do Juá.
Questionado por nossa equipe de reportagem sobre o que ele repudia no jeito velho de fazer política, Márcio expõe:
“O mais repugnante que acho na velha
forma de fazer política é você tratar, você se dispor a gerenciar a
coisa pública, com a mentalidade de como ela fosse sua. Porque a velha
política se caracteriza por isso. O cidadão se dispõe a ocupar um espaço
público, ele se dispõe a gerenciar, com a mentalidade de transformar
aquilo numa extensão de uma propriedade particular. Ele usa a coisa
pública, que deveria ser de livre acesso de todos, indistintamente, ele
usa para satisfazer interesses pessoais. Essa visão de querer se
aproveitar da coisa pública é a porta de entrada para uma série de
problemas, que incluem a compra de votos, porque aí eu quero tanto
aquilo ali para fazer uso, que eu compro o meu mandato. Por isso algumas
pessoas dizem, eu compro o mandato, o mandato vai ser meu, porque as
pessoas que se dispõem a vender o voto, estão de fato vendendo o
mandato, e assim acaba quebrando o compromisso. ‘Eu comprei o teu voto,
eu já te paguei, e agora eu não tenho comprometimento contigo’, dizem”,
finalizou o professor Márcio Pinto.
Por: Edmundo Baía Junior