O
fruto mais popular da Amazônia ganhou o mundo. O açaí deixou de ser
apenas um hábito alimentar dos amazônidas para integrar as prateleiras
de supermercados, restaurantes, lanchonetes e quiosques no Brasil e no
exterior.
Em nível nacional é possível ver a
matéria-prima do ‘berry’ (categoria do açaí) ser usada em barrinhas de
cereais, vitaminas, biscoitos, geleias, doces, nutracêuticos,
medicamentos fitoterápicos e até numa linha de sucos desenvolvido pela
Coca-Cola Company.
Pesquisadores da Amazônia Ocidental
(Amazonas), sob a liderança do doutor e engenheiro agrônomo Edson
Barcellos, estão desenvolvendo um estudo cujo objetivo é fazer o
cruzamento genético de duas espécies distintas e trabalhar o
melhoramento genético do fruto: o açaí do Amazonas (de terra firma) e o
açaí do Pará (de várzea). A ideia é extrair a melhor parte de cada um,
aumentar a escala produtiva enquanto cultura agrícola e resultar em um
“super açaí”, mais nutritivo e saboroso das espécies.
O açaí paraense é pioneiro entre as
pesquisas introduzidas pela Embrapa Amazônia Oriental (Pará) há mais de
15 anos. Embora típico de várzea, se adaptou à terra firme. Inclusive
existem variedades registradas no Ministério da Agricultura. “Essas
espécies estão em níveis diferentes de pesquisas em melhoramento
genético”, disse o engenheiro que pesquisa o desenvolvimento de
palmeiras, explica Barcellos.
Há três espécies de açaí no Brasil: açaí
de terra firme (euterpe precatoria), encontrado mais no Amazonas; o
açaí de várzea (euterpe olerácia), cultivado em terras paraenses; e o
açaí da Mata Atlântica (euterpe edulius), mais utilizado para extrair
palmito comestível. Eles frutificam em épocas distintas, dando safras a
cada quatro meses, de acordo com região.
“Nossas pesquisas sempre foram feitas
com açaí do Pará. Agora no Amazonas estamos começando uma pesquisa para
trabalhar a nossa espécie. Como são espécies diferentes, possuem tem
caracteristicas diferentes. O açaí do Pará você planta uma semente ela
vira uma toceira (perfilha). O nosso você planta uma semente que vira
uma planta. Isso pode ser uma desvantagem. O nosso cresce muito e demora
muito tempo para produzir (6 a 7 anos). O do Pará cresce pouco e começa
a produzir baixinho (4 anos). Nós queremos encontrar no nosso açaí um
material mais anãozinho e que começa a produzir mais precoce”, explicou o
pesquisador.