quarta-feira, 29 de junho de 2016

Pesquisa da Embrapa está desenvolvendo o “super” açaí da Amazônia

show_acaiO fruto mais popular da Amazônia ganhou o mundo. O açaí deixou de ser apenas um hábito alimentar dos amazônidas para integrar as prateleiras de supermercados, restaurantes, lanchonetes e quiosques no Brasil e no exterior.

Em nível nacional é possível ver a matéria-prima do ‘berry’ (categoria do açaí) ser usada em barrinhas de cereais, vitaminas, biscoitos, geleias, doces, nutracêuticos, medicamentos fitoterápicos e até numa linha de sucos desenvolvido pela Coca-Cola Company.
Pesquisadores da Amazônia Ocidental (Amazonas), sob a liderança do doutor e engenheiro agrônomo Edson Barcellos, estão desenvolvendo um estudo cujo objetivo é fazer o cruzamento genético de duas espécies distintas e trabalhar o melhoramento genético do fruto: o açaí do Amazonas (de terra firma) e o açaí do Pará (de várzea). A ideia é extrair a melhor parte de cada um, aumentar a escala produtiva enquanto cultura agrícola e resultar em um “super açaí”, mais nutritivo e saboroso das espécies.
O açaí paraense é pioneiro entre as pesquisas introduzidas pela Embrapa Amazônia Oriental (Pará) há mais de 15 anos. Embora típico de várzea, se adaptou à terra firme. Inclusive existem variedades registradas no Ministério da Agricultura. “Essas espécies estão em níveis diferentes de pesquisas em melhoramento genético”, disse o engenheiro que pesquisa o desenvolvimento de palmeiras, explica Barcellos.
Há três espécies de açaí no Brasil: açaí de terra firme (euterpe precatoria), encontrado mais no Amazonas; o açaí de várzea (euterpe olerácia), cultivado em terras paraenses; e o açaí da Mata Atlântica (euterpe edulius), mais utilizado para extrair palmito comestível. Eles frutificam em épocas distintas, dando safras a cada quatro meses, de acordo com região.
“Nossas pesquisas sempre foram feitas com açaí do Pará. Agora no Amazonas estamos começando uma pesquisa para trabalhar a nossa espécie. Como são espécies diferentes, possuem tem caracteristicas diferentes. O açaí do Pará você planta uma semente ela vira uma toceira (perfilha). O nosso você planta uma semente que vira uma planta. Isso pode ser uma desvantagem. O nosso cresce muito e demora muito tempo para produzir (6 a 7 anos). O do Pará cresce pouco e começa a produzir baixinho (4 anos). Nós queremos encontrar no nosso açaí um material mais anãozinho e que começa a produzir mais precoce”, explicou o pesquisador.