sexta-feira, 15 de julho de 2016

Denúncia – Terrenos vendidos ilegalmente

Marilson e Antônio denunciam que lotes chegam a valer R$ 5 mil


Marilson Andrade e Antônio Tapajós denunciam que lotes chegam a valer R$ 5 mil
Marilson Andrade e Antônio Tapajós denunciam que lotes chegam a valer R$ 5 mil
Denúncias de conflitos e vendas de lotes dentro da ocupação da rodovia Fernando Guilhon, às proximidades do Lago Juá, vieram à tona, nesta semana em Santarém, oeste do Pará. Além da venda de lotes que variam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, os ocupantes denunciam que o local virou zona de conflito, onde no último domingo, 10, houve briga e tiroteio entre várias pessoas, motivada pela disputa de poder entre lideranças de dois grupos.
De acordo com o líder da Comissão de Moradores da Ocupação do Juá, Marilson Andrade, um grupo briga judicialmente pela posse da área, para que famílias que não tem onde morar possam ter suas próprias casas. O outro grupo, segundo Marilson, composto por alguns moradores do início da ocupação, fica repassando e vendendo os lotes, além de colocar pessoas que não fazem parte dos movimentos que lutam pela terra.
“A ocupação já está com dois anos e seis meses. Agora, eles já começaram a cadastrar novas pessoas, prometendo terras e casas. Eles vão colocando no terreno dos outros sem perguntar de quem é. Aí fica gerando toda aquela confusão ali dentro”, diz Marilson.
O líder comunitário reforça que até briga na ocupação já aconteceu no domingo, onde teve tiroteio e cacetadas. “Isso quer dizer que alguém tem que fazer alguma coisa pra parar o movimento que tem um barracão no início da ocupação. São três pessoas que lideram o grupo. Elas ficam fazendo confusão com as demais famílias que estão lá em busca de moradia. Já teve até roubo de fios elétricos lá dentro. São pessoas do outro grupo que estão fazendo esses roubos e estão gerando muita confusão”, denuncia Marilson.
Segundo ele, na área existem mais de 750 famílias, onde algumas pessoas que não precisam de moradia estão vendendo lotes até pelas redes sociais. “Existem pessoas que estão vendendo lotes sim. Inclusive, tem lotes nos classificados da OLX, nas redes sociais, que ficam dentro da ocupação e, que estão sendo vendidos no valor de R$ 5 mil”, revela Marilson, reivindicando ao Poder Judiciário de Santarém que defina a situação das famílias, que estão dentro da ocupação da Fernando Guilhon.
“Pedimos para as autoridades e os juízes que definam logo a situação das famílias que estão na ocupação. Queremos a definição se de fato o terreno deve ficar pra população ou as famílias devem ser retiradas, antes que aconteça algo pior, como morte lá dentro. Na verdade, a ocupação já se tornou uma área de conflito”, complementou.
TRIBUTO MENSAL: O membro da Comissão de Moradores da Ocupação do Juá, Antônio Tapajós, denuncia que o outro grupo da ocupação está cobrando tributos mensais a diversas famílias de diferentes pontos de Santarém, para que possam ter direito a um lote e, assim construir uma casa, na área do Juá. “O outro grupo construiu um barracão às margens da Fernando Guilhon , dizendo que pertence a um movimento, no qual eles ligam para as pessoas cobrando o valor de R$ 30,00, mensal, para poder adquirir um terreno dentro da ocupação. As pessoas devem entender que não podem pagar pra esse suposto movimento, porque todos os lotes lá dentro já estão ocupados. Se esse movimento está fazendo isso está lesando as pessoas”, afirma Antônio.
Já para as pessoas que são cadastradas no suposto movimento que luta por moradia, de acordo com Antônio Tapajós, mesmo depois de terem construído casas dentro da ocupação, está sendo cobrado o valor mensal de R$ 5,00. “Eu quero deixar bem claro pra quem estiver pagando essa quantia a esse movimento, que não pague mais, porque esse movimento não se trata de lutar por moradia, mas pra articular alguma coisa que até hoje a gente não sabe o que é. Não sabemos se esse movimento quer realmente ganhar a terra ou se quer apenas prejudicar as pessoas que já estão morando lá dentro”, comenta Antônio.
Ele reforça que o movimento que diz que luta por moradia está prejudicando os outros moradores da ocupação do Juá. “Se de repente a Justiça souber de tudo o que está acontecendo, as pessoas que estão morando lá e, que já saíram do aluguel podem ser prejudicadas, perdendo suas casas e o investimento que já fizeram nelas”, diz Antonio Tapajós.