Inquirições de testemunhas e interrogatórios dos réus deverão se estender até 8 de julho
Envolvidos na Operação Madeira Limpa são ouvidos pela Justiça Federal
A 2ª Vara da Justiça Federal em
Santarém, na região oeste do Pará, deu início na quinta-feira (30) às
audiências de instrução e julgamento de duas ações penais movidas pelo
Ministério Público Federal (MPF) contra 20 réus. As denúncias foram
oferecidas após a Operação Madeira Limpa, deflagrada em agosto do ano
passado pela Polícia Federal.
A Secretaria da Vara informou que serão
ouvidos, presencialmente e por meio do sistema de videoconferência, um
total de 48 testemunhas e 20 réus, que constam das ações penais
4132-44.2015.4.01.3902 e 4134-14.2015.4.01.3902. Conduzidas pelo juiz
federal Érico Rodrigo Freitas Pinheiro, as inquirições de testemunhas e
interrogatórios dos réus, alguns ainda presos, deverão se estender até o
dia 8 de julho.
Conforme alegações do Ministério Público
Federal, as investigações da Polícia Federal, que tiveram início em
2014 e duraram cerca de oito meses, constataram que servidores públicos
formaram um grupo que atuava em três núcleos: o primeiro concentrava os
negociantes de créditos florestais fictícios e empresas que recebiam
madeira ilegal; o segundo desmatava ilegalmente as áreas com permissão
de servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra); o terceiro vendia informações privilegiadas sobre fiscalizações
de órgãos ambientais e liberação de empresas irregulares. Sustenta que o
prejuízo aos cofres públicos foi estimado em mais de R$ 30milhões.
Nas denúncias, oferecidas à Justiça
Federal em setembro de 2015, o MPF enquadrou os envolvidos nos crimes de
estelionato, falsidade ideológica, receptação ilegal, corrupção passiva
e ativa, apresentação de documentos falsos, violação de sigilo
profissional, advocacia administrativa e crimes ambientais.
Fonte: RG 15/O Impacto e Paulo Bemerguy