Ator irá à Justiça contra a figurinista Susllem Tonani
Segundo a coluna de Flavio Ricco, do jornal O Dia, ele já
estaria organizando provas para ir adiante com o processo.
A figurinista pode ter evitado se posicionar legalmente
contra o ator por
ter sido amante dele no passado.
Segundo funcionários da TV Globo que foram ouvidos, Mayer,
que é casado com Vera Farjado, e Tonani chegavam juntos no mesmo carro para as
gravações. "Por muitas vezes ela ficava com a chave o carro dele. Eram
nítidas as brincadeiras entre ambos. A intimidade entre eles sempre foi de
conhecimento de todos no antigo Projac", diz trecho do texto.
Ela acusou publicamente Mayer de ter colocado a mão em sua
genitália em fevereiro deste ano, nos intervalos das gravações da novela A Lei
do Amor.
Relembre o caso
O relato de Susllem Meneguzzi Tonani, de 28 anos, foi
publicado na coluna Agora É Que São Elas, do jornal Folha de S. Paulo, no dia 5
de abril. A ex-figurinista do canal contou que o ator — hoje com 67 anos — a
assediou diversas vezes, tanto moral quanto sexualmente, desde que ela começou
a trabalhar na rede de televisão.
— E essa história de violência se iniciou com o simples:
“como você é bonita”. Trabalhando de segunda à sábado, lidar com José Mayer era
rotineiro. E com ele vinham seus “elogios”. Do “como você se veste bem”, logo
eu estava ouvindo: “como a sua cintura é fina”, “fico olhando a sua bundinha e
imaginando seu peitinho”, “você nunca vai dar para mim?”.
Depois das palavras, Susllem disse que o ator partiu para o
assédio físico:
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— Em fevereiro de 2017, dentro do camarim da empresa, na
presença de outras duas mulheres, esse ator, branco, rico, de 67 anos, que fez
fama como garanhão, colocou a mão esquerda na minha genitália. Sim, ele colocou
a mão na minha b***** e ainda disse que esse era seu desejo antigo. Elas? Elas,
que poderiam estar eu meu lugar, não ficaram constrangidas. Chegaram até a rir
de sua “piada”. Eu? Eu me vi só, desprotegida, encurralada, ridicularizada,
inferiorizada, invisível. Senti desespero, nojo, arrependimento de estar ali.
Não havia cumplicidade, sororidade.
A jovem disse que se sentiu desprotegida e vulnerável, e que
rezava todos os dias para não encontrar o ator no set de filmagens.
— Nos próximos dias, fui trabalhar rezando para não
encontrá-lo. Tentando driblar sua presença para poder seguir. O trabalho dos
meus sonhos tinha virado um pesadelo. E para me segurar eu imaginava que,
depois da mão na vagina, nada de pior poderia acontecer. Aquilo já era de longe
a coisa mais distante da sanidade que eu tinha vivido.
Depois de tanto se calar, Susllem resolveu denunciar José
Mayer:
— Chega. Acusei o santo, o milagre e a igreja. Procurei quem
me colocou ali. Fui ao RH. Liguei para a ouvidoria. Fui ao departamento que
cuida dos atores. Acessei todas as pessoas, todas as instâncias, contei sobre o
assédio moral e sexual que há meses eu vinha sofrendo. Contei que tudo escalou
e eu não conseguia encontrar mais motivos, forças para estar ali. A empresa
reconheceu a gravidade do acontecimento e prometeu tomar as medidas
necessárias. Me pergunto: quais serão as medidas? Que lei fará justiça e irá
reger a punição? Que me protegerá e como?