Sempre
observando que esta não é uma exclusividade do governador Simão Jatene –
o que não justifica o desperdício -, mas uma prática nociva ao erário
em todo o Brasil, os gastos com propaganda oficial continuam com forte
vento na popa no governo do Pará.
Em termos orçamentários nada há de
errado no desperdício, pois os gastos com a tal propaganda oficial são
previstos no orçamento do Estado, mas a despesa, se em termos absolutos
já é um absurdo para um Estado com problemas críticos de todo gênero, em
termos comparativos extrapola em muitos graus a ética da
responsabilidade que nenhum gestor, pelo menos nessa seara, teve até
hoje no Brasil.
A reportagem observa que, em 2016,
"um dos maiores hospitais do Pará", a Santa Casa, custou ao Estado
“pouco mais de R$ 272 milhões, para atender milhares de pacientes, de
todo o Estado”, o que foi menos que o estoque acumulado de gasto com
propaganda já desovado pelo governo de Simão Jatene.
Ainda
estacionada a comparação na área de saúde, reporta a matéria que, em
2016, o governo do Pará despendeu aproximadamente “R$ 48,5 milhões
(corrigidos)” em materiais de consumo hospitalar em todas as unidades de
saúde do Estado, enquanto que no mesmo período foi pago “às seis
agências de publicidade que fazem a propaganda do governo”, mais de R$
45 milhões.
Para o ano corrente (2017), observa a
reportagem, “o orçamento da Secretaria de Comunicação (Secom) chegará a
R$ 50 milhões”, enquanto que a despesa prevista para a Companhia de
Habitação do Pará (Cohab) é de R$ 22,8 milhões.
Observa
a reportagem que nos R$ 288 milhões subtraídos do erário estadual para
liquidar despesas com propaganda estão incluídos R$ 30,1 milhões
despendidos pelo Banpará, cujo maior acionista é o Governo do Estado,
que possui 99,97% das ações.
Afirma a reportagem
que os números foram extraídos do “portal da Transparência, dos balanços
gerais do Estado, do balancete de dezembro e do Relatório Resumido da
Execução Orçamentária (RREO), do ano passado”.