A Amazônia brasileira é objeto do maior programa de conservação de
florestas tropicais do planeta, com 54% das áreas remanescentes de mata
protegidas, mas apesar das medidas protetivas, os recursos naturais
continuam sendo explorados. De acordo com um estudo publicado no
periódico “PeerJ”, e reproduzido pelo jornal O Globo, entre 2010 e 2015
foram registrados oficialmente 4.243 casos de atividade ilegal, sendo a
degradação da vegetação o maior dos problemas. Dos registros de infração
analisados, 1.585 foram classificados como de “supressão ou degradação
da vegetação”, ou 47,4% do total de casos, seguidos por “pesca ilegal”,
com 1.160 registros (27,3%¨), e “atividades de caça”, com 770
notificações (18,2%). Ainda foram autuados 202 casos de “mineração
ilegal”; 175 de “ocupação ou construção irregular”; 136 de “práticas e
condutas em descordo com as regulações”; 132 atos “contra a
administração ambiental”; 40 de “uso ilegal de produtos florestais não
madeireiros”; 26 de “atividades de agricultura e criação de animais”; e
17 de “poluição”. A extração e caça seletivas eliminam espécies chave
que são essenciais para a manutenção dos processos ecológicos que mantém
uma floresta saudável — apontou Fernanda Michalski, professora da
Universidade Federal do Amapá e coautora da pesquisa.
A Amazônia brasileira cobre uma área de aproximadamente 4,3 milhões de
km², cerca de metade de todo o território nacional, com população de
21,6 milhões de pessoas. Foram analisados dados de 118 Unidades de
Conservação, tanto de proteção integral como de uso sustentável, que
totalizam cerca de 600 mil km². Ao todo, a Amazônia possui 127 Unidades
de Conservação, mas nove delas foram criadas depois de 2010.